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Crescimento baixo é assassinato em massa, diz Gerdau
DOS ENVIADOS A DAVOS
Transformado em apóstolo do crescimento econômico e em principal estimulador do PAC, Jorge Gerdau
Johannpeter dispara:
"O crescimento médio de
apenas 2,5% ao ano, nos últimos 20 anos, eqüivale a um
assassinato em massa, de
responsabilidade das elites
políticas, empresariais, acadêmicas e sindicais".
Gerdau, 71, presidente e
executivo-chefe da Gerdau
S/A, uma das maiores exportadoras de aço do Brasil, fala
em assassinato porque acredita que o baixo crescimento
é a mãe da criminalidade que
tomou conta do Brasil em 20
anos de medíocre desempenho econômico.
Enquanto Lula debatia
América Latina com o presidente mexicano Felipe Calderón, Gerdau era ouvido
com reverência por colegas:
"Foi preciso encher o saco do
Lula para sair o PAC".
Aliás, é sintomático que
Lula, em discurso que fez pela manhã aos empresários
reunidos em Davos, tenha dito algo parecido ao que Gerdau dissera à Folha.
Considerou que os investimentos previstos no PAC para habitação e saneamento
deveriam dirigir-se prioritariamente às regiões metropolitanas, onde estão os "núcleos da violência", como
conseqüência da "desagregação da sociedade".
O PAC basta para brecá-lo? Claro que não, disse Gerdau, que acha que o plano
envia um sinal importante
de mudança de rumo.
O empresário é um apóstolo de métodos de gestão.
Ele vem fazendo insistentes
sugestões ao presidente Lula
com o objetivo de os verem
aplicados.
O primeiro deles foi na
área da Previdência, não implementado até agora.
Para Gerdau, o Brasil deveria adotar um certo PDCA,
iniciais em inglês de planejar, fazer (o "d" é de "do"),
checar e agir. Reclama que,
"culturalmente, o Brasil não
tem o hábito de checar".
Confunde, completa, a
checagem com reclamação
quando é apenas "apoio para
fazer melhor". Gerdau acha
que Lula tem que assumir o
"cê" de checar, sob pena de o
PAC malograr na execução.
É rigorosamente a mesma
opinião de Alain Belda, marroquino naturalizado brasileiro e presidente da empresa norte-americana Alcoa.
Belda diz que o debate macro-econômico já foi superado no Brasil e, que, agora, se
trata da parte mais difícil,
que é a micro-econômica.
Esta exige "marcação homem a homem", para superar os entraves políticos, corporativos e burocráticos.
Só uma pessoa está em
condições de exercer esse
papel, acha o presidente da
Alcoa. Chama-se Luiz Inácio
Lula da Silva. Belda conta
que trocou mensagens com
Tarso Genro, coordenador
político, para dizer-lhe que
Lula, "se pegar o cacife político que tem e tocar a briga
homem a homem, as coisas
poderão funcionar".
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