São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Telhado de vidro

O grupo que dá os retoques finais no pacote habitacional a ser anunciado por Lula avisou o Palácio do Planalto: a meta de construir 1 milhão de casas até dezembro de 2010, esboçada em declarações extraoficiais, é ambiciosa demais para ser atingida. Segundo a equipe, a indústria de construção civil não tem "condições logísticas" de atingir tal ritmo.
Diante desse diagnóstico, assessores de Lula estudam duas possibilidades: a) prometer fazer as casas num período "em torno de dois anos", o que incluiria o mandato do próximo presidente; b) simplesmente não mencionar prazo quando do anúncio das medidas. O pacote ainda não tem data para ser lançado.




Afinidades 1. Na mira da CUT, que quer rachar o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a Conlutas pediu ajuda à Força Sindical uma vez anunciadas as 4.200 demissões na Embraer. A ação na Justiça contra os cortes é o primeiro resultado da parceria Força-Conlutas.

Afinidades 2. Para lembrar: a CUT é PT; a Conlutas, PSTU; a Força Sindical domina o PDT, partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Pouso forçado. Lançada no ano passado, a mais recente edição da revista em inglês da Embraer prevê expansão ininterrupta do mercado de aviões até 2027: "A Embraer acredita que a demanda por tráfego aéreo mundial vai crescer 4,9% ao ano".

Súmula. O silêncio de ministérios e órgãos federais ligados à reforma agrária a respeito das declarações do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, segundo quem o governo é leniente com as ilegalidades cometidas pelo MST, foi uma decisão gestada na Presidência da República.

Tô voltando. As invasões no Pontal do Paranapanema (SP) e a morte de seguranças por sem-terra em Pernambuco levaram o presidente do Incra, Rolf Hackbart, a antecipar o retorno das férias.

Timing. Segundo técnicos do Incra, José Rainha Jr. (MST) ouviu, pouco antes do Carnaval, que o governo de José Serra (PSDB-SP) prepara um grande pacote de regularização fundiária a ser implementado até o fim de 2010.

De fora. O presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, diz que discursou na abertura do encontro dos prefeitos "como convidado". O evento motivou ação da oposição no TSE.

Muralha. Um veterano de disputas na base aliada de Lula observa a dificuldade do PMDB para instalar seus prepostos na diretoria do Real Grandeza e conclui: "Nos fundos de pensão o PT não deixa ninguém mais pôr a mão".

Linha direta. Elga Lopes, nomeada por José Sarney (PMDB-AP) para ocupar a diretoria de comunicação do Senado, com responsabilidade sobre a rádio e a TV da instituição, trabalhou nas campanhas de Roseana Sarney no Maranhão em 1998 e 2002. Mais recentemente, comandava o serviço 0800 da Casa.

Personagem. Na esteira das novas denúncias contra o governo de Yeda Crusius (PSDB-RS), resultado de fitas que o PSOL diz ter colocado nas mãos da Justiça, um nome passou a ser repetido nos corredores da Assembleia: Walna Vilarins Menezes, braço direito da tucana.

Caderneta. Segundo aliados da governadora, é Menezes quem controla as fichas de "A a Z" dos ocupantes de cargos públicos. Ela também fazia o elo com a representação gaúcha em Brasília, que foi chefiada por Marcelo Cavalcante, encontrado morto na semana passada em circunstâncias ainda obscuras.

Bandejão. A Casa Civil abrirá na semana que vem os envelopes para anunciar a empresa que ganhou a licitação para fornecer gás às cozinhas do restaurante do Palácio do Planalto e das residências oficiais da Presidência. O valor fixado é de R$ 8.627, em contrato que vai até dezembro. Em seguida, será a vez do pregão para comprar cartuchos de impressora, com gasto estimado em R$ 3 milhões.

Tiroteio

"Grana preocupado com o desemprego é novidade. Há anos que ele só se preocupa com a "logística" das campanhas do PT. "

Do deputado federal VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) sobre Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação dos Metalúrgicos da CUT, que apontou falta de ação do governo de José Serra para aliviar a perda de postos de trabalho em São Paulo.

Contraponto

Faísca e Espoleta

A base do governo na Câmara travava um embate interno em sessão para discutir mudanças na legislação das medidas provisórias. Convencido de que a discussão rumava para lugar nenhum, Miro Teixeira (PDT-RJ) protestou:
-Não vamos sair desse "conversê"...
No plenário, Ciro Gomes (PSB-CE) concordou com o colega de "bloquinho", que então emendou:
-Com uma viola na mão, você e eu podemos formar uma dupla sertaneja: Ciro e Miro!


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