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Painel
Me engana que eu gosto
O Planalto nega que as viagens
de FHC tenham tom eleitoral,
mas é deliberada a estratégia de
visitar Estados até junho e de ficar mais em Brasília a partir de
julho, quando começam legalmente as restrições eleitorais.
Roteiro preestabelecido
Até junho, FHC faz campanha
enquanto os outros candidatos
não podem fazê-la legalmente.
Depois, permanece mais em
Brasília, dando exemplo de
compenetração administrativa.
E fugindo dos palanques mais
complicados nos Estados.
Banana republic
Já era sabido que FHC teria
vantagem em relação aos demais
candidatos, pois é difícil delimitar onde termina o exercício
presidencial e começa o reeleitoral. O problema, na visão do
TSE, é que inaugurar adutora
inacabada dá muita bandeira.
Poderes independentes
Um amigo de Sarney acha, no
mínimo, inconveniente que um
ministro de Estado visite uma
autoridade da cúpula do Judiciário para fazer um pedido de
um presidente-candidato. Sobre
a nota de ontem do Planalto,
tem uma opinião impublicável.
Não muda mesmo
Os problemas com a Light e
Cerj no Rio estão trazendo dor
de cabeça para os petistas paulistas. A ala radical quer a revisão da privatização das energéticas no programa de Marta Suplicy. O grupo dela prefere só
cobrar rigor na fiscalização.
Apetite de avestruz
O Itamaraty checou na embaixada italiana o hábito alimentar
do premiê Romano Prodi, que
chega ao Brasil na terça. Resposta: "Ele é de Bolonha. E estômago bolonhês não rejeita nada".
Uma reeleição custa caro
Perto da convenção do PMDB,
FHC decidiu convidar Sarney
para o jantar de terça com Romano Prodi. Sarney se chateou
quando "esqueceram" do convidá-lo para cear com Clinton.
Jeito de encrenca
FHC reuniu Jungmann (Política Fundiária), Iris (Justiça), Cardoso (Casa Militar) e Seligman
(Incra) ontem no Planalto. Assunto: MST. Pretende reagir se
houver um aumento de invasões
de terra no período eleitoral.
Cruz-credo
O Planalto está baixando a bola da visita de Michel Camdessus
(FMI) a Brasília no fim de março, para participar de uma reunião do "Círculo de Montevidéu". Ressalta que não é oficial.
Choro mineiro
O eixo do discurso de Itamar
Franco na convenção do PMDB
de 8 de março deve ser uma espécie de apelo para que lhe dêem
pelo menos a chance de viabilizar o seu projeto presidencial.
Pra que pressa, sô?!
Os itamaristas dizem aos convencionais do PMDB que votar
agora pela candidatura presidencial própria não os impedirá
de mudar de idéia e apoiar FHC
em junho -época do calendário
eleitoral para tratar legalmente
de coligações e chapas.
Turma de cururu 1
Para auxiliares de FHC, os caciques do PMDB marcam bobeira ao tentar desacreditar seguidamente a candidatura Itamar.
Só conseguem contrariar o
ex-presidente, que, para provar
que fala sério, se empenha cada
vez mais no jogo partidário.
Turma de cururu 2
A última dos governistas do
PMDB é dizer que Itamar quer
vencer a convenção para que
FHC tenha que negociar com ele
a adesão do partido à reeleição
em junho. Pode até ser verdade,
mas não deveriam espalhar.
Samba de uma nota só
FHC nem disfarça. Sua agenda
de ontem tinha apenas "despachos internos". Leia-se: fez política de olho na convenção do
PMDB e em temas eleitorais.
Intriga desinteressada
Tucanos e pefelistas dizem que
será um vexame se os governistas perderem a convenção do
PMDB e mesmo assim FHC não
lhes tirar todos os cargos. Pareceria, afirmam os aliados, uma
fraqueza presidencial.
TIROTEIO
De Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central de
Movimentos Populares, sobre as
visitas do prefeito Celso Pitta
(PPB) à periferia de São Paulo:
- A mando de Maluf, ele dizia
em 96 que ia à periferia para sentir o cheiro do povo. Hoje, o povo pode dizer que sente o fedor
da administração dele, que nem
o lixo recolhe.
CONTRAPONTO
Nem todo Zé é amigo
Presidente da Fiep (Federação
das Indústrias do Paraná), José
Carlos de Carvalho, o Carvalhinho, foi participar de atividades
de campanha de José Resqueti,
candidato do PFL à Prefeitura de
Astorga em 1996.
Apesar de hoje presidir o PFL
paranaense, na época Carvalhinho tinha pouca intimidade
com o cotidiano partidário. Ele
chegou à cidade e perguntou:
- Onde fica o comício do Zé?
Um morador falou que ficava
logo ali e ensinou o trajeto. Carvalhinho achou facilmente.
Quando o pefelista subiu no
palanque, todos fizeram cara de
surpresa. Passado algum tempo,
Carvalhinho notou que os discursos não eram favoráveis aos
seus correligionários.
Virou-se para o motorista e
disse:
- Acho que entramos no comício errado!
Ao se dar conta de que estava
no ato de José Rosiska (PPB),
saiu de fininho. E foi procurar o
comício certo. Achou.
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