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Cúpula do PMDB dá apoio a reformas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB decidiu ontem apoiar as reformas e a política
econômica do PT em troca da
participação do partido em conselhos do governo. A decisão foi
referendada com relutância pela
maioria da bancada do Senado,
mas rachou os deputados, cuja
maioria considerou insatisfatória
a proposta do Planalto.
Reunidos em um hotel de Brasília, os cinco governadores, os líderes no Congresso, o presidente do
Senado, José Sarney (AP), e o do
partido, Michel Temer (SP), decidiram aceitar a oferta do governo,
que inclui participação nos conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social e de Segurança Alimentar, mas não nos ministérios.
"O Brasil precisa de reformas e o
PMDB não pode ficar de braços
cruzados", defendeu o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, que até bem pouco tempo defendia que o PMDB devia fazer oposição ao governo.
Do hotel os governadores foram
se encontrar com os senadores do
partido. Encontraram uma bancada rebelada por causa dos cargos federais nos Estados. Boa parte reclamou que o acordo não incluía ministérios nem a função de
líder do governo no Congresso.
Mas foram convencidos a apoiar a
decisão da cúpula.
A bancada na Câmara ofereceu
mais resistência e resolveu não
deliberar sobre a decisão antes de
uma reunião com os governadores, prevista para quarta. A maioria dos deputados, em reunião na
Câmara, se manifestou contrária
à participação nos conselhos.
Os governadores relataram depois as conversas ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e a José
Dirceu (Casa Civil). "O que eu ouvi do PMDB é que a posição do
partido é de apoio, não de independência. O que o PMDB está fazendo é não vincular isso a cargos
e ministérios", disse Dirceu.
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