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PSDB pede que procurador-geral apure vazamento de dados sobre gastos de FHC
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB entrou ontem com
uma representação na Procuradoria Geral da República para que o órgão apure quem são
os responsáveis pela elaboração e pelo vazamento do dossiê
com informações sobre os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)
com contas tipo B nos anos de
1998, 2000 e 2001.
Baseado na reportagem publicada na revista "Veja" do fim
de semana, que revelou o vazamento do dossiê, o partido pede, na representação, a apuração "de possíveis crimes e atos
ímprobos". Além de gastos do
ex-presidente e de sua mulher,
Ruth Cardoso, o suposto dossiê
enumera ainda despesas realizadas por assessores -há insinuações sobre o desvio de recursos públicos para a campanha de reeleição de FHC.
"Houve violação do sigilo
funcional e do segredo profissional", afirmou o deputado
Carlos Sampaio (PSDB-SP),
um dos membros da CPI dos
Cartões Corporativos. "São responsáveis pelo vazamento,
além da Casa Civil, a Secretaria
da Presidência, os ministérios
da Justiça e do Planejamento,
além da Controladoria Geral da
União." A Casa Civil abriu um
sindicância interna para apurar
o vazamento.
Além de Sampaio, participaram da conversa com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que
durou pouco mais de 20 minutos, o presidente nacional do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE), a senadora Marisa Serrano (MS), que preside a CPI dos
Cartões, e o líder do partido na
Câmara, José Aníbal (SP). Os
tucanos alegaram que os dados
revelados foram considerados
sigilosos pelo próprio governo.
Por meio da assessoria de imprensa, Antônio Fernando disse que vai analisar o pedido para ver, inclusive, se a Procuradoria Geral da República é o órgão competente para realizar a
investigação. "Estou otimista",
disse Sampaio. "Não é perfil do
procurador retardar tal tipo de
pedido." Os outros tucanos foram mais comedidos.
Não há prazo para o órgão decidir se haverá investigação.
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