São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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PSDB pede que procurador-geral apure vazamento de dados sobre gastos de FHC

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB entrou ontem com uma representação na Procuradoria Geral da República para que o órgão apure quem são os responsáveis pela elaboração e pelo vazamento do dossiê com informações sobre os gastos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) com contas tipo B nos anos de 1998, 2000 e 2001.
Baseado na reportagem publicada na revista "Veja" do fim de semana, que revelou o vazamento do dossiê, o partido pede, na representação, a apuração "de possíveis crimes e atos ímprobos". Além de gastos do ex-presidente e de sua mulher, Ruth Cardoso, o suposto dossiê enumera ainda despesas realizadas por assessores -há insinuações sobre o desvio de recursos públicos para a campanha de reeleição de FHC.
"Houve violação do sigilo funcional e do segredo profissional", afirmou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos membros da CPI dos Cartões Corporativos. "São responsáveis pelo vazamento, além da Casa Civil, a Secretaria da Presidência, os ministérios da Justiça e do Planejamento, além da Controladoria Geral da União." A Casa Civil abriu um sindicância interna para apurar o vazamento.
Além de Sampaio, participaram da conversa com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que durou pouco mais de 20 minutos, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a senadora Marisa Serrano (MS), que preside a CPI dos Cartões, e o líder do partido na Câmara, José Aníbal (SP). Os tucanos alegaram que os dados revelados foram considerados sigilosos pelo próprio governo.
Por meio da assessoria de imprensa, Antônio Fernando disse que vai analisar o pedido para ver, inclusive, se a Procuradoria Geral da República é o órgão competente para realizar a investigação. "Estou otimista", disse Sampaio. "Não é perfil do procurador retardar tal tipo de pedido." Os outros tucanos foram mais comedidos.
Não há prazo para o órgão decidir se haverá investigação.


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