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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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Reforma de tucano gerou divisão no PT

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A reforma da Previdência se transformou num tradicional fator de divisão entre os petistas. "Foi ela a causa da minha última briga com o José Dirceu", diz o presidente do PT, José Genoino.
Hoje ministro-chefe da Casa Civil, Dirceu estava em seu primeiro ano do primeiro mandato como presidente petista, quando, em 1995, Genoino, então deputado federal, era o principal interlocutor do presidente FHC na discussão da reforma previdenciária.
"O Genoino quer que o PT seja a ala esquerda do governo FHC e hoje é o 16º vice-líder do governo no Congresso", criticou Dirceu à época, fazendo piada com os 15 vice-líderes existentes. Lula havia perdido a eleição presidencial para o tucano seis meses antes.
Dirceu, ao lado de petistas como o atual ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários e integrante da Executiva Nacional do PT em 1995, votou a favor da convocação de Genoino e do já à época deputado federal Eduardo Jorge para que fossem repreendidos por posições incompatíveis.
Genoino mantinha contatos constantes com o presidente, a quem tratava apenas de Fernando. "Acreditava que a oposição tinha de ocupar um espaço na discussão da reforma", justifica.
Em agosto de 1995, o PT apresentou a sua proposta de reforma da Previdência. "A seguridade social não deve se apoiar só no seguro social com base na contribuição, mas garantir um regime básico universal e ter um orçamento próprio que, além da arrecadação contributiva, receberá recursos tributários do Orçamento da União", defendeu Dirceu na apresentação da emenda ao Congresso Nacional. O projeto petista de 1995 afirmava ser "vedada a cobrança de contribuição de aposentados e pensionistas".
Na época da crise entre Genoino e Dirceu, coube a Gilberto Carvalho, atual chefe de Gabinete da Presidência, a atuação como pacificador. (PLÍNIO FRAGA)


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