São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Sem campanha

Foi sem o entusiasmo de semanas atrás que Fátima Bernardes e William Bonner anunciaram, na escalada de manchetes do "Jornal Nacional", que "a Comissão de Constituição e Justiça do Senado se divide e aprova por 12 votos a 10 a redução da maioridade penal". Nem foi a primeira manchete e, depois, se perdeu em meio às ações da PF. E nada de explorar o "menino".

economist.com
"RED APRIL"
O título da "Economist" sobre o Abril Vermelho -enviado com orgulho pelo "mailing" sem-terra- foi "Esta terra é terra anticapitalista". Para a revista, "a luta de outrora para acabar com o feudalismo rural está virando campanha política contra agronegócio".

lanacion.com.ar
O afago de Lula a Kirchner, ontem na capa do "Nación" e outros

LULA E A ARGENTINA
A viagem do presidente brasileiro era destacada ontem pelos jornais argentinos "Clarín", com o enunciado "Lula, a favor da reeleição de Kirchner", e "La Nación", com "Kirchner fez uma gestão muito boa", entre aspas. Também pelo esquerdista "Página 12", que preferiu sublinhar "Esta integração é fantástica", também entre aspas.
Em títulos internos, coisas como "Ronaldinho é mais completo do que Messi", declaração de Lula sobre futebol, e "Da desconfiança à solidez", análise otimista da relação bilateral.

KIRCHNER E O MÉXICO
Apesar de tanto agrado eleitoral, que ecoa aquele dedicado antes a Hugo Chávez, Lula ainda nem havia desembarcado em Buenos Aires e Néstor Kirchner já fazia, em chamada na home page do "La Nación", um "forte gesto para o México". O presidente argentino saiu dizendo que, se desejar entrar de vez para o Mercosul, o país será recebido "de braços abertos".

AO FUNDO, CHÁVEZ
Não foi diferente a cobertura dos principais jornais do Chile, ontem, para a mesma entrevista de Lula, de que todos participaram. O conservador "El Mercurio" destacou a declaração, entre aspas, "Na América Latina, não precisamos de um líder, mas de uma relação muito forte entre as nações". O diário "La Tercera", mais à esquerda, preferiu a declaração, entre aspas, "Hugo Chávez tem sido um aliado excepcional, um sócio".
Foi, por sinal, o que ecoou na estatal Agência Bolivariana de Notícias, da Venezuela, sob o enunciado "Chávez é um aliado excepcional para o Brasil".

economist.com
MAIS REVOLUÇÃO
Depois da "Forbes", ontem foi a vez da "Economist" de anunciar que vem aí "a revolução sem fio" (wireless), "quando tudo" vai enfim se conectar (capa à dir.). A tese, que contrasta com o realismo costumeiro da revista, é que "a revolução da computação foi da informação, digitando documentos, fotos e arquivos para serem manipulados", e a das "comunicações sem fio" vai tornar "a informação digital disponível em qualquer lugar, quase sem custo". E vai ligar todo tipo de máquina uma à outra. Curiosamente, no entender da "Economist", para tanto o "governo vai representar um papel crucial".

O VELHO E O NOVO
A "Economist" também saúda uma pequena revolução nos ares do Brasil, com a compra da Varig pela Gol. "Sai o velho, entra o novo", celebra, com elogios abertos à duas empresas dominantes e de "baixo custo", Gol e TAM.
Mas encerra dizendo que "não é claro se a infra-estrutura da aviação brasileira vai conseguir acompanhar" a modernização das empresas.

E O CAOS
A Bloomberg foi além e postou a longa reportagem "Caos aéreo do Brasil, nos aeroportos, torna nebuloso o "boom" das empresas aéreas". Relatando as dificuldades enfrentadas em Congonhas e Brasília, sublinha que em 2006 o crescimento nas viagens aéreas já foi de 49% -e que os programas de expansão dos aeroportos não vão acompanhar, pelo jeito, a demanda.

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@ - Nelson de Sá


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