São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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PAINEL

Corte publicitário
O governo atrasará o pagamento neste semestre de cerca de R$ 10 milhões a emissoras de rádio e TV, jornais e revistas que estão veiculando a campanha publicitária dos oito anos da gestão FHC. O motivo é o corte no Orçamento decorrente da demora na aprovação da CPMF.

Efeito colateral
Além do atraso no pagamento, devido ao corte o governo federal suspenderá a execução de novos comerciais, o que pode prejudicar a campanha de José Serra. O tucano conta com a melhora da popularidade de FHC.

Tiro no pé
O PFL, um dos responsáveis pelo atraso na votação da CPMF, sofrerá na pele com o retardamento no pagamento da propaganda oficial. Entre os credores estão empresas de comunicação de líderes pefelistas, como ACM (BA), Roseana Sarney (MA) e Inocêncio Oliveira (PE).

Barulho de aluguel
O PSDB contratou uma charanga para acompanhar José Serra em todos os eventos de campanha. O real objetivo do grupo é enfrentar os mata-mosquitos que prometem seguir o tucano na corrida presidencial.

Prevenção máxima
Com medo de grampo, toda a equipe que elabora o plano de governo de José Serra (PSDB) foi orientada a trocar de telefone celular uma vez por semana.

Racha em casa
A Frente Trabalhista está dividida no Ceará, berço político de Ciro. O PPS apóia o tucano Lúcio Alcântara ao governo. O PTB deve dar palanque a Sérgio Machado (PMDB) e o PDT, a Wellington Landim (PSB).

Ataque positivo
Os partidos de oposição evitarão atacar Rita Camata. Acreditam que Serra será beneficiado se insistirem em dizer que sua vice votou contra vários projetos de FHC, pois isso daria à chapa votos de oposicionistas.

Boas e más
O PT ficou preocupado com a onda de notícias positivas na campanha de Serra nas últimas semanas. A entrada de Nizan Guanaes, a escolha de Rita Camata para a vice, a divisão da coordenação de campanha e a unificação do discurso anti-Lula deram fôlego novo ao tucano.

Cacique-mor
As boas notícias da campanha presidencial de José Serra registraram um ponto em comum: todas tiveram o dedo de FHC.

Pouca chance
O PT voltará a investir nos dissidentes do PSB para tentar forçar a desistência de Anthony Garotinho da corrida presidencial. Para os petistas, se o partido conseguir o apoio do ex-governador do Rio, Lula poderá vencer a disputa no primeiro turno.

Palanque nacional
Garotinho (RJ) exigirá que o PSB lance candidato ao governo em todos os Estados. A determinação será dada na convenção do partido, prevista para o dia 10. A coordenação da campanha do presidenciável já contabiliza 24 pré-candidatos. Há problemas em três Estados e no DF.

Motivo televisivo
Garotinho não se importa com a viabilidade das candidaturas nos Estados. O presidenciável não descarta nem mesmo o lançamento de figurantes. O que o ex-governador quer é o horário eleitoral das disputas regionais para a sua própria campanha à sucessão de FHC.

Disputa interna
O PTB exige a vice de Ciro Gomes. O PDT apenas reivindica a vaga. Leonel Brizola (RJ) considera que o lugar na chapa deve ficar com o partido que apresentar "o melhor nome".

Façam o que eu digo
José Sarney, que diz ser contra a aliança do PMDB com o PSDB de José Serra, autorizou os peemedebistas do Amapá a apoiar a deputada tucana Fátima Pelaes ao governo do Estado.

TIROTEIO

Da senadora Heloísa Helena (PT-AL), sobre os acordos fechados pelo PSDB com diretórios do PFL, entre os quais o do Rio de Janeiro (Cesar Maia):
- Depois de passar a serra elétrica em Roseana Sarney, o governo agora está fazendo de tudo para seduzir o PFL.

CONTRAPONTO

Campanha segmentada

Há cerca de dois meses, Leonel Brizola (PDT) foi cobrado por militantes da ala "radical" do partido sobre a coligação com o PTB. Diziam que o PTB é formado por alguns políticos de passado polêmico e posições políticas conservadoras.
Para defender a necessidade da aliança, Brizola contou uma história que teria ocorrido em Porto Alegre (RS) na época da formação do antigo PTB.
Um petebista, de sobrenome Berachio, era o responsável pelas novas filiações, que ocorriam na frente dos militantes, em praça pública. Um homem bem vestido procurou Berachio para pedir sua filiação. Dizia "mexer com orçamentos". Vários petebistas protestaram na hora. Segundo eles, o homem não passava de um "sem-vergonha" de negócios nebulosos. Berachio mandou filiá-lo. E explicou:
- Se não for assim, em que os sem-vergonha irão votar?


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