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15 PMs são julgados hoje no caso Carajás
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O julgamento dos policiais militares envolvidos na morte de 19
sem-terra em Eldorado do Carajás recomeça hoje, em Belém
(PA), com quatro sargentos e 11
tenentes no banco dos réus.
O julgamento deve durar três
dias, segundo o Tribunal de Justiça do Pará. O Ministério Público
considera que os subcomandantes foram co-autores dos homicídios durante confronto entre PMs
e sem-terra na desobstrução da
rodovia PA-150, em 17 de abril de
1996, no sul do Pará.
Essa será a terceira sessão do julgamento. Dois oficiais já foram
condenados por homicídio qualificado neste mês no caso Carajás.
O coronel Mário Pantoja, que
comandava a tropa de Marabá
(PA), pegou 228 anos de prisão. O
major José Maria Oliveira, oficial
dos PMs vindos de Parauapebas
(PA), foi condenado a 158 anos.
Ambos recorrerão em liberdade.
O outro comandante de Marabá,
capitão Raimundo Almendra Lameira, foi absolvido.
No início da sessão, os advogados de defesa dos subcomandantes tentarão desmembrar o julgamento para que apenas seis dos 15
acusados sejam julgados hoje.
Nesse caso, a Justiça teria de marcar nova data para os outros nove
PMs. A alegação é que eles teriam
participado de tropa distintas.
Os advogados de defesa sustentarão a tese de que os 15 policiais
não dispararam os tiros diretamente contra os sem-terra. "Eles
disparam para o alto", disse o advogado de defesa, Arthemio Leal.
Os promotores de acusação
afirmarão que os subcomandantes foram responsáveis pela operação. A Promotoria vai utilizar
laudos e depoimentos de três peritos do Instituto Renato Chaves,
de Belém, para comprovar a participação dos policiais.
O juiz Roberto Moura incluiu
na última sexta a testemunha de
acusação Valderes Tavares da Silva, que disse à Justiça estar sendo
seguido e ameaçado de morte em
Redenção (PA), no Plano de Proteção à Testemunhas do Pará. Silva era o motorista que conduziu a
tropa para o local do confronto.
Ele confirmou ter presenciado a
conversa de três policiais conhecidos por Parga, Arruda e Pinho antes da ação. Na conversa, os PMs
teriam afirmado que iriam para o
confronto "para matar".
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