São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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PAINEL

Pombo-correio 1
O ministro Jaques Wagner ("Conselhão") chega na segunda-feira a Trípoli para entregar a Muammar Gaddafi uma carta em que Lula reafirma o interesse por investimento líbio no Brasil.

Pombo-correio 2
Wagner está na Suíça para participar de reunião com chefes de conselhos de desenvolvimento de 64 países. Da Líbia, pretendia integrar-se à comitiva de Lula no México. Mas voltará a Brasília no mesmo dia.

Terreno na Lua
Para tentar evitar baixas na votação dos R$ 260, José Genoino apresentará hoje à bancada do PT na Câmara, em nome do governo, um plano de recuperação do poder de compra do salário mínimo em 2005 e 2006.

Coro dos contrários
Do deputado Chico Alencar (RJ), da esquerda petista, sobre o endosso da cúpula partidária aos R$ 260: "Fechar questão contra um pequeno passo de distribuição de renda é algo inaceitável para a história do PT".

Onde pega
O Planalto acreditava ontem ter sob controle a aprovação do mínimo na Câmara. No Senado, como de hábito, o quadro é mais delicado. Há dissidência maior no PMDB e defecções anunciadas no PL e no PPS, além do estado de espírito de José Sarney.

O Sombra
Aldo Rebelo e José Dirceu se amam. Um dia depois do périplo do ministro da Coordenação Política pelo Congresso, o chefe da Casa Civil foi ao local reunir-se com Sarney e líderes aliados.

Uns com tão pouco
De ACM sobre seu desafeto Jorge Bornhausen, segundo quem o PFL dividiu-se em três na emenda da reeleição: "Ele só esqueceu de dizer que não em partes iguais". Foram 49 votos a favor, oito contra (como queria o catarinense) e seis abstenções.

Ventilador 1
Entre especialistas na política de hemoderivados, cresce a impressão de que o governo tenta diluir o escândalo no tempo para retirar o foco de Luiz Claudio Gomes da Silva, homem de confiança do atual ministro da Saúde preso na Operação Vampiro.

Ventilador 2
Sem desmerecer o trabalho do Ministério Público e da PF, especialistas notam que, para início de conversa, é errado falar em compra de hemoderivados ao longo da década passada. Ela só começou a ser feita pelo governo, gradativamente, em 1996.

Cada um na sua
Embora bata o pé para fazer o vice de Marta Suplicy, Orestes Quércia (PMDB) reclama mesmo é do Planalto, que o deixou sem nada. Em privado, diz que a prefeita fez seu papel e foi hábil em aproveitar o tombo de José Dirceu para emplacar Rui Falcão como segundo na chapa.

Entrou mosquito
Não pegou bem no Palácio dos Bandeirantes a crítica feita anteontem pelo presidente da Assembléia Legislativa, Sidney Beraldo, aos promotores que investigam o assassinato do prefeito Celso Daniel. "Não ataquei a instituição como um todo", defende-se o tucano.

Costura interna
Mauro Filho (PPS) anunciou que deixará amanhã a Secretaria de Administração do Ceará para concorrer à Prefeitura de Fortaleza. Tem o apoio do governador tucano Lúcio Alcântara, mas ainda precisa convencer seu partido, que estuda apoiar Inácio Arruda, do PC do B.

Mistura capixaba
Prefeito de Vitória, o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas lançou o deputado estadual César Colnago, também do PSDB à sua sucessão. A escolha desagradou ao governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB).

TIROTEIO

Do deputado petista Walter Pinheiro (BA), sobre Aldo Rebelo (Coordenação Política) ter afirmado que o "PT precisa aprender a ser governo":
-Ele tem razão. O PT tem de aprender com o PC do B do Aldo, que tem dois ministros e uma bancada na Câmara de nove deputados, sendo que metade não vota com o governo.

CONTRAPONTO

Formato de bolso

Para a inauguração do instituto que leva seu nome, no sábado passado, em São Paulo, Fernando Henrique Cardoso convidou ex-chefes de Estado que estiveram no poder durante o período em que o tucano ocupou o Planalto, entre 1995 e 2002.
Na entrevista coletiva que concedeu nesse dia, ladeado pelos ex-colegas, FHC procurou enfatizar que seu instituto não servirá de plataforma política, mas sim como pólo de pesquisas.
O uruguaio Julio Sanguinetti aproveitou a deixa para discorrer sobre o papel dos ex-presidentes nas democracias:
-Muitas vezes, somos comparados a vasos ou pianos que as pessoas não sabem onde colocar em suas casas.
Atento, o ex-primeiro ministro francês Lionel Jospin, o menor entre os ilustres convidados de FHC, não perdeu a piada:
-Eu pelo menos posso dizer que sou um vaso bem pequeno!


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