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Palocci rejeita
limite legal à
carga tributária
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse ontem a
empresários ser contrário à hipótese de aprovar emenda à Constituição limitando a carga tributária a 35% do Produto Interno
Bruto. "Primeiro é preciso saber
se é correto juridicamente colocar
uma referência como essa na
Constituição. Em segundo lugar,
corre-se o risco de acabar com o
objetivo da reforma tributária."
O ministro argumentou que
"escrever que a carga tributária
não pode ser maior que 35% [do
PIB] é o mesmo que dizer que não
será menor. O que seria teto se
converteria em base". Palocci citou o artigo, já revogado, da Constituição que limitava os juros reais
em 12% ao ano. "Fixaram em 12%
e não significava nada, porque todo mundo cobrava mais", disselocci. Ainda segundo o ministro,
incluir um teto para os tributos
significaria "engessar" a Constituição. "Não podemos ser tão detalhistas."
As declarações foram uma resposta aos mais de 300 representantes da indústria, comércio,
bancos e agricultura, que anteontem promoveram uma marcha ao
Congresso, onde entregaram ao
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha (PT-SP), um documento
com propostas de mudanças no
projeto de reforma tributária.
Entre as emendas sugeridas está
justamente a limitação da carga
tributária em 35% do PIB (o nível
atual), "com viés de baixa". "Temos um compromisso de não elevar a carga tributária. A reforma
vai permitir que, não de imediato,
mas no futuro, possamos promover uma diminuição na carga",
disse o ministro para cerca de 700
empresários, em seminário na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Horacio Lafer Piva, presidente
da entidade, afirmou que o setor
industrial pede uma "garantia
constitucional para o futuro".
"Conhecemos esse governo e seus
compromissos. Mas não o que virá no futuro, daqui a dez anos."
(JOSÉ ALAN DIAS)
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