São Paulo, sábado, 27 de junho de 1998

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Presidente condena "radicalismos"

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre

O presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem, ao discursar em Osório (RS), "os radicalismos que não levam a nada, a não ser à repetição do passado, que não deixou saudade para ninguém que o viveu".
Em entrevista após o discurso, disse que queria "rememorar os brasileiros que só se avança com progresso que seja refletido, disciplinado, com cooperação e generosidade. Quem não pensar assim, pensa contra o país", disse ele.
O presidente afirmou que "o Brasil vai repudiar o radicalismo", sem dizer quem seriam os radicais e se o repúdio teria como consequência a derrota eleitoral deles. "Não estou prestando atenção na campanha."
O discurso, na BR-101, onde autorizou o início das obras de duplicação de um trecho de oito quilômetros, foi o primeiro de dois proferidos em Osório (100 km de Porto Alegre), no litoral norte.
No segundo discurso, no Clube Sulbrasileiro, para 278 dos 476 prefeitos gaúchos, segundo a Federação dos Municípios, FHC pediu, indiretamente, votos para a reeleição. "Preciso de vocês para uma grande mudança de mentalidade, para que tenhamos um Brasil solidário, de dignidade."
FHC entregou a ordem de serviço autorizando o início da obra, orçada em R$ 9,2 milhões, ao operário Paulo Gilberto Moraes. A duplicação dos 348 quilômetros entre Osório e Florianópolis deve estar concluída em dois anos, ao custo de R$ 1 bilhão.
Durante o discurso de FHC, uma pessoa levantou uma cuia de chimarrão. FHC fez questão de agradecer o gesto. "Simbolicamente, estou tomando chimarrão." Depois, ao sair, ele bebeu um gole.
Mais de cem manifestantes, com bandeiras do PT, do PSTU e da CUT, protestaram contra a presença de FHC em Osório, mas foram impedidos pela segurança de se aproximar do palanque.

Navegantes
À tarde, em Navegantes (SC), onde ficou duas horas, FHC disse que vem trabalhando pela geração de empregos e pela retomada do crescimento econômico.
Em visita ao túnel que vem sendo construído na duplicação da rodovia BR-101, FHC apontou a obra como exemplo de criação de novos postos de trabalho. "Depois destes anos reorganizando a economia, começamos a ter possibilidade de frutos melhores."
No aeroporto, onde discursou, FHC disse que as verbas liberadas anteontem para obras dos ministérios já estavam previstas no Orçamento. "Era uma reserva de 12%, que dependia da arrecadação, que foi normal."


Colaborou Estanislau Maria, da Agência Folha, em Navegantes (SC)



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