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Presidente condena "radicalismos"
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
O presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem, ao
discursar em Osório (RS), "os
radicalismos que não levam a nada, a não ser à repetição do passado, que não deixou saudade para
ninguém que o viveu".
Em entrevista após o discurso,
disse que queria "rememorar os
brasileiros que só se avança com
progresso que seja refletido, disciplinado, com cooperação e generosidade. Quem não pensar assim,
pensa contra o país", disse ele.
O presidente afirmou que "o
Brasil vai repudiar o radicalismo",
sem dizer quem seriam os radicais
e se o repúdio teria como consequência a derrota eleitoral deles.
"Não estou prestando atenção
na campanha."
O discurso, na BR-101, onde autorizou o início das obras de duplicação de um trecho de oito quilômetros, foi o primeiro de dois
proferidos em Osório (100 km de
Porto Alegre), no litoral norte.
No segundo discurso, no Clube
Sulbrasileiro, para 278 dos 476
prefeitos gaúchos, segundo a Federação dos Municípios, FHC pediu, indiretamente, votos para a
reeleição. "Preciso de vocês para uma grande mudança de mentalidade, para que tenhamos um
Brasil solidário, de dignidade."
FHC entregou a ordem de serviço autorizando o início da obra,
orçada em R$ 9,2 milhões, ao operário Paulo Gilberto Moraes. A
duplicação dos 348 quilômetros
entre Osório e Florianópolis deve
estar concluída em dois anos, ao
custo de R$ 1 bilhão.
Durante o discurso de FHC, uma
pessoa levantou uma cuia de chimarrão. FHC fez questão de agradecer o gesto. "Simbolicamente, estou tomando chimarrão."
Depois, ao sair, ele bebeu um gole.
Mais de cem manifestantes, com
bandeiras do PT, do PSTU e da
CUT, protestaram contra a presença de FHC em Osório, mas foram impedidos pela segurança de
se aproximar do palanque.
Navegantes
À tarde, em Navegantes (SC),
onde ficou duas horas, FHC disse
que vem trabalhando pela geração
de empregos e pela retomada do
crescimento econômico.
Em visita ao túnel que vem sendo construído na duplicação da
rodovia BR-101, FHC apontou a
obra como exemplo de criação de
novos postos de trabalho. "Depois destes anos reorganizando a
economia, começamos a ter possibilidade de frutos melhores."
No aeroporto, onde discursou,
FHC disse que as verbas liberadas
anteontem para obras dos ministérios já estavam previstas no Orçamento. "Era uma reserva de
12%, que dependia da arrecadação, que foi normal."
Colaborou
Estanislau Maria, da Agência Folha,
em Navegantes (SC)
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