São Paulo, sábado, 27 de junho de 1998

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SUCESSÃO
Medida do pacote de novembro, que não chegou a ser concretizada, havia sido criticada pelo presidente FHC
Corte de servidores seria injusto, diz Malan

ISABEL CLEMENTE
em São Paulo

A demissão de 33 mil servidores públicos, anunciada pelo governo no fim do ano passado dentro do pacote de medidas de contenção de gastos, "seria (uma) injustiça", disse o ministro Pedro Malan (Fazenda).
Evitando comentar as declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso, que em entrevista anteontem classificou de desnecessárias algumas "maldades" divulgadas na ocasião, Malan disse que o governo faria uma revisão dessas propostas.
"Daí termos dado início à trajetória de declínio das taxas de juros três semanas depois do aumento".
A demissão em massa teria sido uma das ações mais impopulares do governo, que pretende reduzir a taxa de desemprego do país até o fim do ano.
Prioridade do comando da campanha reeleitoral de FHC, o combate ao desemprego tem como objetivo voltar às médias anteriores ao pacote de novembro passado.

Reforma administrativa
Malan disse que havia suspeitas sobre a confiabilidade do cadastro dos servidores com menos de dois anos de emprego, alvos da ameaça não cumprida. "O governo não queria cometer injustiças."
E disse a reforma administrativa, que permite a demissão de funcionários públicos que não comparecerem ao trabalho ou não corresponderem às suas atribuições, é mais coerente. A reforma foi promulgada no dia 4 deste mês.
"Não tenho dúvida de que entre os não-estáveis, até conheço alguns, havia gente dedicada, enquanto outros com mais de dois anos, esses sim, talvez merecessem ir para a rua", disse.
Em relação à autorização de aumento de gastos dos ministérios, o ministro disse que o aumento da arrecadação foi uns fatores favoráveis à decisão.



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