São Paulo, sábado, 27 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comemoração por passeata tem 4 feridos
PM reprime com bombas ato no Rio

Ana Carolina Fernandes/Folha IMagem
Polícia entra em confronto com estudantes no Rio de Janeiro


da Sucursal do Rio

Pelo menos quatro estudantes ficaram levemente feridos por estilhaços de bombas de efeito moral num confronto com policiais militares, ontem à tarde, em frente ao prédio do Ministério da Educação, no centro do Rio.
Os estudantes tinham saído de uma manifestação pacífica, com aproximadamente mil pessoas, que percorreu a avenida Rio Branco lembrando os 30 anos da "Passeata dos 100 Mil", em 26 de junho de 1968.
Após a passeata, um grupo de cerca de cem estudantes tentou invadir o MEC às 15h45, mas a polícia não permitiu. Os PMs jogaram duas bombas de efeito moral, e os estilhaços feriram André Meyer Barreto, 16, Leonardo Coreichas, 19, Nadja Nicolaevski, 18, e Sara Celeste Cordeiro, 18.
O repórter da Rede Globo Ari Peixoto também foi atingido nas costas por estilhaços, mas não se feriu.
Os estudantes protestaram contra as bombas. Os policiais reprimiram novamente a manifestação com cassetetes e os estudantes se dispersaram.
"Eu estava num grupo mais longe, e eles jogaram a bomba justamente em quem não estava tentando invadir", afirmou Nadja Nicolaevski, 18.
Na volta, os estudantes apedrejaram o consulado dos Estados Unidos e queimaram a bandeira norte-americana.
O ato de ontem refez na contramão (da Candelária para a Cinelândia) o percurso de 68.
A marcha de ontem foi aberta pelos "remanescentes de 68". Um dos principais líderes, o ex-deputado Vladimir Palmeira, não foi por estar gripado. (FERNANDA DA ESCÓSSIA)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.