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GOVERNADORES
Governador alega dificuldades de Minas como justificativa
Itamar diz que não seguirá Aécio
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Um dia após ter dito ao PT que
está impedido de fazer campanha
para o presidenciável Luiz Inácio
Lula da Silva, ao menos em agosto, fato que causou frustração na
cúpula petista, o governador de
Minas Gerais, Itamar Franco
(sem partido), anunciou ontem
que também não viajará no próximo mês com Aécio Neves
(PSDB), presidente da Câmara e
candidato ao governo mineiro.
A justificativa de Itamar são as
dificuldades financeiras do Estado, que o obrigam a se manter na
sede do governo.
Na nota que divulgou ontem,
ele critica a "inércia" do governo
federal por não ter atendido até
agora "aos pleitos legais e contratuais de Minas" -que reivindica
cerca de R$ 2 bilhões em créditos
que julga ter direito- e atribui os
problemas de caixa à "incompreensão" da gestão Fernando
Henrique Cardoso.
Na nota, Itamar diz que comunicou isso ao seu "amigo" José
Dirceu, presidente do PT, e que
fará o mesmo com Aécio, que estava ontem na Argentina -ele teve que deixar o país para não ter
que assumir a Presidência da República e ficar inelegível, em virtude da viagem de FHC.
Os gestos políticos de Itamar,
mais uma vez, geram dúvidas,
embora ao menos seu apoio a Aécio seja determinado. Ele mesmo
lembrou isso ao encerrar a nota
de ontem -"Não custa recordar,
neste caso, o impulso que demos à
candidatura do deputado ao governo de Minas desde o seu lançamento".
Persiste a dúvida quanto a Lula.
Na nota, Itamar não reafirmou o
voto no petista; na quarta, em Belo Horizonte, ele se encontrou
com o presidenciável Ciro Gomes
(PPS); e o secretário de Governo,
Henrique Hargreaves, trabalha
para o candidato do PPS.
O ex-embaixador José Aparecido de Oliveira, assessor especial
do governo mineiro e amigo de
Itamar, também apóia Ciro.
Ele disse ontem à Agência Folha
que o seu filho José Fernando,
prefeito de Conceição do Mato
Dentro, pediu licença a Itamar
para apoiar Ciro e Aécio, liderando uma dissidência no PMDB,
que tem como candidato ao governo o vice-governador Newton
Cardoso. Itamar aprovou.
Indagado se Itamar pode apoiar
Ciro, José Aparecido disse que
não falaria sobre isso porque não
esteve com o governador -"que
é cioso dos seus compromissos"-, e, por isso, não conhecia o
compromisso dele.
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