UOL

São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desemprego no mundo atinge 180 milhões

DE BUENOS AIRES

O mundo tem hoje 180 milhões de desempregados, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). É o maior número já registrado desde que estatísticas confiáveis começaram a ser apuradas.
De acordo com a OIT, o número de desempregados no planeta aumentou em 20 milhões em apenas dois anos, como decorrência da recessão global.
A taxa mundial de desemprego em 2000 era de 5,9%. No fim de 2002, chegava a 6,5% da PEA (população economicamente ativa).
Até mesmo nos países mais ricos, a situação é preocupante. Segundo o Ipadata, a taxa de desemprego na Alemanha em maio, por exemplo, foi de 10,7%. Em junho, nos Estados Unidos, foi de 6,4%.

Argentina
Se, nos países ricos, a situação é séria, nos pobres, é no mínimo alarmante. Na Argentina, por exemplo, a taxa de desemprego em maio de 2002 atingiu 21,5% da PEA. Em outubro, no último dado disponível, era de 17,8%
Nos últimos anos, os argentinos começaram a ter de conviver com essa realidade, antes só visível nos vizinhos latino-americanos.
A pujança do passado, relembrada pelos cafés e pelos edifícios elegantes de Buenos Aires, deu lugar a uma realidade que abala a auto-estima de um povo que chegou a ter estilo de vida comparável ao de países europeus.
Dados do governo mostram que os subocupados (os que trabalham meio período) são 19,9% da PEA (quase 3 milhões).
Há ainda o trabalho informal. Estima-se que pelo menos 3,5 milhões de pessoas não tenham registro em carteira.
A renda das pessoas também caiu. Em junho de 1999, uma família de classe média ganhava cerca de 1.183 pesos por mês (quase o mesmo valor em reais). No mês passado, o rendimento médio era de 721 pesos.
O aumento do desemprego foi um dos preços pagos para que o governo pudesse manter a conversibilidade cambial entre o peso e o dólar, que vigorou entre 1991 e janeiro de 2002.
Resultado: atualmente 57% dos 36 milhões de habitantes da Argentina vivem abaixo da linha da pobreza. Desse total, 30% são indigentes. Pesquisa do Banco Mundial mostra que 17,5% dos lares convivem com a fome. Isso equivale a 1,4 milhão de famílias. (ELAINE COTTA)


Colaborou a Redação


Texto Anterior: Crescimento baixo e globalização são "vilões"
Próximo Texto: Concórdia prospera à sombra de frigorífico
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.