São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004

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Contrato com governo depende de apurações

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O futuro do contrato da Kroll com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) dependerá do avanço das investigações da Polícia Federal sobre espionagem contra integrantes do governo. Subordinada ao Ministério da Ciência Tecnologia, a Finep recorreu a Kroll para localizar dez empresas que deram prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos. O contrato prevê que a Kroll tenha o acordo ampliado, para a recuperação de outros R$ 500 milhões, se ela for bem-sucedida.
Esse projeto, porém, desabará se a PF concluir que a empresa investigou o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, e o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), como descrito em relatório obtido pela Folha.
Diretor de Administração e Finanças da Finep, Michel Labaki, avisa que, comprovada a espionagem, o contrato será rescindido. "Até agora, a Kroll tinha toda credibilidade. Se for confirmada a denúncia, a coisa muda de figura e rescindiremos imediatamente".
Como o contrato é experimental, a Kroll receberá R$ 550 mil -dos quais, R$ 119 mil referentes ao último mês de junho, já autorizados- para encontrar os dirigentes dessas dez empresas. Beneficiadas com financiamentos para projetos de ciência e tecnologia, elas não pagaram ao governo. Se a Kroll recuperar parte do dinheiro, estará credenciada para a caça de toda a verba sorvida pela inadimplência: R$ 700 milhões.
"Isso já foi contabilizado como perda. Estamos com dificuldade de encontrar os dirigentes dessas empresas. Se a Kroll encontrar pelo menos uma parte, ampliaremos o contrato", explicou Labaki.


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