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SP
Promotoria investiga suposto desvio
Justiça nega quebra de sigilos de Fleury
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Antônio Carlos Ferraz
Miller, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, indeferiu ontem a quebra dos sigilos bancário
e fiscal do ex-governador paulista
Luiz Antônio Fleury Filho.
Ele também rejeitou o pedido
de indisponibilidade dos bens de
Fleury e de seu irmão Frederico
Pinto Ferreira Coelho Neto, conhecido como "Lilico".
Também são beneficiários da
decisão o empresário José Pascoal
Constantini e e outras cinco empresas: Atlas DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), Atlas Factoring Fomento
Mercantil, Únicos Comércio e
Administração, Únicos Construtora e MPA Comércio.
Na semana passada, a Promotoria de Justiça da Cidadania havia
proposto uma ação cautelar na
qual pedia a quebra dos sigilos e a
indisponibilidade dos bens das
três pessoas e cinco empresas.
Os promotores Andréa Chiaratti do Nascimento Rodrigues Pinto
e Silvio Antonio Marques, que assinaram a petição inicial da ação
cautelar, acusam o ex-governador
de ter negociado ouro na Suíça e
de ser beneficiário de depósitos
em dólar em Nova York.
"Não há fato preciso que indique ter havido apropriação de recursos públicos que tenham sido
entregues às rés [as empresas] e
remetidos para o exterior", escreveu o juiz em sua decisão.
Segundo ele, a acusação da testemunha ouvida pelo Ministério
Público é genérica e não tem força
suficiente para servir de fundamento a uma decisão judicial que
determine a quebra de sigilo bancário e fiscal.
A decisão foi tomada após
Fleury e seu irmão terem pedido
ao juiz que os ouvisse antes de tomar sua decisão sobre a quebra
dos sigilos e o bloqueio dos bens.
A decisão, contudo, não impede
definitivamente o Ministério Público de ter acesso às informações
no futuro. "O pedido poderá ser
renovado desde que fundado em
fatos e indícios idôneos da prática
do ato ilícito e demonstrada a necessidade da quebra do sigilo para
aprofundamento da investigação." De acordo com a decisão do
juiz, isso não foi feito.
A Promotoria de Justiça da Cidadania informou que irá apresentar recurso contra a decisão ao
Tribunal de Justiça. Fleury não foi
localizado ontem à noite para comentar os fatos.
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