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PARANÁ
Juiz pediu tempo para analisar a cassação dos direitos políticos de ambos
Taniguchi e Richa podem ser punidos
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM CURITIBA E LONDRINA
O juiz Espedito dos Reis Amaral, da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba, disse que precisará de alguns
dias para analisar o pedido de cassação dos direitos políticos do
prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), e de seu vice, Beto Richa (PSDB) -que está licenciado
e é candidato a governador. "É
humanamente impossível tomar
uma decisão hoje (ontem). Requer a análise de 15 volumes."
Ambos são acusados pelo Ministério Público do Paraná de se
beneficiar de um caixa dois na
campanha à prefeitura em 2000.
O promotor eleitoral Valclir Natalino da Silva protocolou na sexta-feira pedido para que a Justiça
afaste Taniguchi e Beto Richa de
suas funções políticas. Caso o pedido do promotor seja aceito pelo
juiz Amaral, Beto Richa corre o
risco de ser declarado inelegível.
O prefeito e seu vice são acusados de utilizar R$ 26,2 milhões em
contabilidade paralela na campanha em que a coligação encabeçada pelo PFL e o PTB venceu a disputa pela Prefeitura de Curitiba.
O vice era do PTB à época.
Além da cassação de direitos
políticos e do afastamento dos
dois, o promotor pede que Taniguchi seja multado em R$ 262 milhões -dez vezes o valor que não
teria sido declarado.
Dando crédito total ao livro-caixa entregue pelo tesoureiro da
campanha, Francisco Paladino
Jr., ao Ministério Público e à Polícia Federal, o promotor considera
que há provas suficientes para
processar Taniguchi e Beto Richa
por crime de abuso de poder.
O prefeito está em Johannesburgo, África do Sul, onde participa da conferência da ONU Rio
+10. Ele sempre negou a existência de irregularidades.
Seu advogado, José Cid Campêlo, disse que o pedido do promotor não tem sustentação. "A
Constituição prevê que processo
de cassação de mandato só é possível em ação protocolada 15 dias
após a diplomação dos eleitos."
A assessoria do candidato tucano Beto Richa informou que ele
só irá se pronunciar depois de notificado oficialmente.
É a segunda vez que Beto Richa
é associado, em ação movida pelo
Ministério Público do Paraná, ao
esquema de caixa dois na campanha pela Prefeitura de Curitiba.
No início deste mês, uma ação
por abuso do poder econômico,
movida pela PT - partido derrotado no segundo turno de 2000
em Curitiba- foi aceita pelo promotor eleitoral e está tramitando.
(MARI TORTATO E JOSÉ MASCHIO)
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