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"MENSALÃO"/ O PUBLICITÁRIO
Valério é indiciado por compra de notas frias
PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O empresário Marcos Valério
de Souza foi indiciado pela Polícia
Civil de Minas Gerais sob a acusação de sonegação fiscal. O indiciamento ocorreu no inquérito que
investigou a compra de notas frias
pela DNA Propaganda, agência
que tem Valério como sócio.
Além de Valério, apontado como "autor intelectual" da suposta
fraude, também foram indiciados
três funcionários da DNA, o proprietário e o procurador da
Wlhad Prestação de Serviços, empresa que vendia notas para a
agência. A compra de notas da
Wlhad pela SMPB Comunicação,
agência da qual Valério se desligou nesta semana, é investigada
em outro inquérito.
Em entrevista à Folha em junho, o proprietário da Wlhad,
Wladimir de Miranda e Silva, admitiu que vendia notas para a
DNA e para a SMPB. Foi indiciado sob suspeita de sonegação fiscal (pena prevista de dois a cinco
anos de prisão) e falsidade ideológica (de um a cinco anos). Estão
anexadas ao inquérito seis notas
da Wlhad emitidas para a DNA,
no valor total de R$ 16,2 mil.
Em depoimento, o funcionário
da DNA Alcino Xavier Júnior disse que usava as notas para justificar despesas com viagens, hospedagens, refeições e contratação de
figurantes. Foi indiciado sob acusação de falsidade ideológica.
A funcionária da DNA Iolanda
Marent foi indiciada sob acusação
de falso testemunho (pena prevista de um a três anos de prisão)
porque disse à polícia não saber
quem era o diretor administrativo-financeiro da agência, apesar
de atuar nela por 21 anos. Wagner
Monteiro, do setor financeiro, foi
indiciado sob acusação de falsidade ideológica e sonegação fiscal.
O delegado Carlos Alberto Malheiros disse que a "autoria intelectual" do crime recai sobre a
gestão do empresário na diretoria
da DNA. O relatório aponta ainda
que Valério não tem como "escusar-se da responsabilidade administrativa que lhe é inerente". O
inquérito foi aberto em abril de
2004. Está agora no Ministério
Público, que pode oferecer denúncia, pedir novas diligências ou
o arquivamento da investigação.
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