São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2005

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"MENSALÃO"/ O PUBLICITÁRIO

Valério é indiciado por compra de notas frias

PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O empresário Marcos Valério de Souza foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais sob a acusação de sonegação fiscal. O indiciamento ocorreu no inquérito que investigou a compra de notas frias pela DNA Propaganda, agência que tem Valério como sócio.
Além de Valério, apontado como "autor intelectual" da suposta fraude, também foram indiciados três funcionários da DNA, o proprietário e o procurador da Wlhad Prestação de Serviços, empresa que vendia notas para a agência. A compra de notas da Wlhad pela SMPB Comunicação, agência da qual Valério se desligou nesta semana, é investigada em outro inquérito.
Em entrevista à Folha em junho, o proprietário da Wlhad, Wladimir de Miranda e Silva, admitiu que vendia notas para a DNA e para a SMPB. Foi indiciado sob suspeita de sonegação fiscal (pena prevista de dois a cinco anos de prisão) e falsidade ideológica (de um a cinco anos). Estão anexadas ao inquérito seis notas da Wlhad emitidas para a DNA, no valor total de R$ 16,2 mil.
Em depoimento, o funcionário da DNA Alcino Xavier Júnior disse que usava as notas para justificar despesas com viagens, hospedagens, refeições e contratação de figurantes. Foi indiciado sob acusação de falsidade ideológica.
A funcionária da DNA Iolanda Marent foi indiciada sob acusação de falso testemunho (pena prevista de um a três anos de prisão) porque disse à polícia não saber quem era o diretor administrativo-financeiro da agência, apesar de atuar nela por 21 anos. Wagner Monteiro, do setor financeiro, foi indiciado sob acusação de falsidade ideológica e sonegação fiscal.
O delegado Carlos Alberto Malheiros disse que a "autoria intelectual" do crime recai sobre a gestão do empresário na diretoria da DNA. O relatório aponta ainda que Valério não tem como "escusar-se da responsabilidade administrativa que lhe é inerente". O inquérito foi aberto em abril de 2004. Está agora no Ministério Público, que pode oferecer denúncia, pedir novas diligências ou o arquivamento da investigação.


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