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Painel
Versão collorida
Collor deu os originais de seu
livro de memórias para alguns
amigos opinarem. Há supostas
revelações surpreendentes. Uma
delas: durante os meses do Collorgate, Ulysses Guimarães o visitava assiduamente. Dava conselhos e livros com dedicatória.
Teoria conspiratória
Segundo o livro de memórias
de Collor, que ainda não está
concluído, havia no Congresso
articulação para colocar Ulysses
Guimarães, e não Itamar Franco, no seu lugar no Planalto.
Tintas de heroísmo
No dia que deixou o Planalto,
Collor conta que foi aconselhado
a sair pela garagem. Diz, no livro, ter se lembrado de Figueiredo, que saiu pelos fundos para
não passar a faixa a Sarney. E decidiu ir pela porta da frente.
Discurso de campanha
No pronunciamento em cadeia de rádio e TV, anteontem,
FHC já deu a linha das respostas
ao presidenciável Ciro Gomes.
"Nós cuidamos primeiro do
Real, para que agora o Real possa cuidar das pessoas", afirmou.
Mera curiosidade
A principal empresa de ônibus
de Campo Grande, onde Serjão
esteve ontem para a filiação de
deputados ao PSDB, se chama
Viação Motta. O ministro das
Comunicações sabia realmente
das coisas quando chamou o
PSDB de "partido ônibus".
O fracasso subiu à cabeça
Um peemedebista diz que o
ministro Eliseu Padilha (Transportes) deve ser, além de Antonio Kandir (Planejamento), o
único a ficar até abril. Só falta
combinar com o presidente,
que, ao que tudo indica, quer
que ele saia em dezembro.
Hora decisivas
O prefeito de Contagem, Newton Cardoso, analisa a possibilidade de ir para o PSC. Teme que
uma intervenção federal no diretório estadual do PMDB dê a legenda para Itamar. Está analisando se fica e corre o risco.
Ameaça retornar
Após o rompimento com o governador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), parcela expressiva
do PTB mineiro já fala no nome
do ex-governador Hélio Garcia
para a sucessão estadual de 98.
Um sonho a mais
O PL fechou acordo para
apoiar Maluf na disputa do governo paulista em 98, mas não
vai se coligar ao PPB para as eleições proporcionais. Aposta na
associação da sigla com Itamar
para ter uma boa votação.
Franco atirador
A opção de Ciro pelo PPS o leva
a trilhar caminho parecido com
o de Collor: ingressar num partido inexpressivo e angariar apoio
com seu carisma e projeto próprio. No PPS, ele também mantém a ligação com Tasso, o que
seria incômodo no PSB cearense.
Pensamento miúdo
Para quem não quer ganhar em
98, o PT jogou bem ao anunciar a
inevitabilidade da candidatura
Lula. Impediu Ciro de cair no colo do PSB. Mas deixou claro que
a briga não é pela Presidência, é
pela hegemonia da oposição.
Ninguém viu
A passagem de Celso Pitta
(PPB) pela cerimônia de filiação
do ministro Luiz Carlos Santos
ao PFL, ontem, em São Paulo, foi
praticamente ignorada. Só o locutor anunciou sua presença,
mas nenhum orador citou o prefeito paulistano em discurso.
Preocupação nacional
A vereadora paulistana Aldaíza Sposati (PT) copiou idéia do
vereador do PPB carioca Wilson
Passos: apresentou projeto para
cassar alvará de estabelecimentos onde houver prostituição infantil ou tráfico de drogas.
Modelo neoliberal
Marco Maciel ficou em Petrolina (PE), após a visita de FHC.
Para inaugurar um ginásio de esportes que leva seu nome. Disse
que não pôde impedir a homenagem: "Foi iniciativa privada".
Visita à Folha
O embaixador da República Islâmica do Irã, Bahman Taherian, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do adido político e de imprensa da embaixada, Hamid Reza Nikbakht.
TIROTEIO
De Henrique Eduardo Alves
(RN), presidente da Comissão
de Constituição e Justiça da Câmara, sobre os oposicionistas do
PMDB quererem adiar decisão
para 98 sobre apoio a FHC:
- Passado o dia 3 de outubro,
o PMDB deve decidir logo se
apoiará FHC ou não. É politicamente inaceitável ficar com o
governo até abril do ano que
vem e depois ir para a oposição.
CONTRAPONTO
Mundo animal
Há cerca de um mês, Franco
Montoro (PSDB), Antonio Cabrera (PFL) e José Dirceu (PT)
fizeram um debate sobre política
com estudantes da USP.
Nas considerações iniciais, o
petista bateu em FHC e Cabrera
falou sobre privatizações.
Montoro surpreendeu todos e
começou a falar sobre os hábitos
dos tucanos; os pássaros, não os
políticos. Suas intenções só ficaram claras no final:
- A eleição em 98 será a guerra do tucano contra o frango.
A platéia caiu na gargalhada
com a referência ao escândalo da
compra de frangos na gestão de
Maluf na prefeitura paulistana.
A glória de Montoro durou
pouco. Ao ser aberto o microfone, um estudante disse, referindo-se a deputados que venderam o voto a favor da reeleição:
- Eu nunca votei. A eleição do
ano que vem será a primeira. O
sr. que é um político experiente
poderia me ajudar. Devo votar
em quem compra frango ou em
quem compra votos?
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