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RUMO A 2002
Petista quer ampliar frente de esquerdas visando eleição presidencial
Lula critica Ciro, mas sugere aliança
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O líder petista Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou ontem, em Porto
Alegre, que, depois das eleições,
pretende "ampliar" a "frente de
esquerdas" contra o governo federal, incluindo o presidenciável
Ciro Gomes (PPS), a quem classificou como "meia oposição".
Para as eleições presidenciais
(2002), Lula acredita que o PT terá
mais respaldo, em relação às anteriores, graças à conquista das prefeituras de algumas capitais.
"Quero ganhar as eleições em
muitas cidades. Depois, reconstruir a frente de esquerdas e ampliá-la. Voltaremos a conversar
com Itamar Franco (governador
de Minas), Roberto Requião (senador do PMDB-PR), Brizola
(Leonel, candidato do PDT à Prefeitura do Rio) e o PSB, definir um
projeto mínimo e discutir quem
será o candidato. Temos até março ou maio para isso", disse.
"Tenho dúvidas se o Ciro Gomes quer ser oposição ou o candidato do palácio. Defendo que
conversemos com o Ciro também. Não devemos excluir esses
setores que fazem meia oposição
ao projeto do Fernando Henrique
Cardoso para construirmos uma
alternativa", disse Lula, que havia
criticado Ciro em comício de
Marta Suplicy (PT) em São Paulo.
Lula entende que, obrigatoriamente, o PT terá o candidato a
presidente em uma eventual
aliança. "É difícil imaginar que
um partido que detém 30% dos
votos em nível nacional não terá
cabeça de chapa. É impensável em
qualquer lugar do mundo."
Lula tampouco descarta sua
candidatura: "Tem tanta gente
que tem 1% e quer ser candidato.
Por que eu, que tenho 30%, não
posso ser?"
Segundo Lula, caso chegue à
Presidência, o PT projeta um governo de combate ao modelo econômico defendido pelo Fundo
Monetário Internacional.
Essa declaração foi uma resposta à indicação de dois diretores da
agência Standard & Poor's de que
ele e Ciro Gomes representam um
risco para a atração de investimentos internacionais.
Lula afirmou que a Standard &
Poor's é uma "agência de agiotagem". "É exatamente contra a política do FMI que o PT quer ganhar as eleições para a Presidência, até porque, se fosse para manter o "status quo", não precisaríamos ter candidato."
O petista equiparou o Brasil ao
Peru quanto à corrupção nos
meios governamentais, referindo-se ao assessor do governo peruano Vladimiro Montesinos, flagrado ao subornar um deputado.
Lula disse que o escândalo no Peru pode ter relação com casos
ocorridos em outros países -referindo-se às acusações de compra de votos contra FHC.
Lula afirmou que o desempenho do PT nas eleições dará uma
sustentação que o partido nunca
teve para chegar à Presidência.
"É melhor ir para uma campanha presidencial com muitas cidades governadas pelo seu partido. 2002 pode ser o ano de o PT
ganhar mais governos importantes e a Presidência. Essas vitórias
vão ajudar e muito", disse.
"Podemos ganhar capitais importantes a partir de Porto Alegre.
A Benedita vai para o segundo
turno no Rio, ganharemos Belo
Horizonte, Belém, Rio Branco,
Aracaju. Certamente vamos para
o segundo turno em Fortaleza."
Lula acredita que Marta Suplicy
pode ganhar no primeiro turno
em São Paulo. "Em São Paulo e no
Rio Grande do Sul, vamos colher
nossos melhores resultados."
Quanto à extensão dos reajustes
do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) relativa às perdas ocorridas nos planos Collor e
Verão, Lula disse que FHC foi
"oportunista", pois "sabia que o
Supremo Tribunal Federal estenderia a todos os trabalhadores".
De acordo com Lula, FHC "está
em uma situação desesperadora
para ajudar seus candidatos. Medidas como essa são um desespero de quem vê o barco afundar".
FRASE
Tenho dúvidas se o Ciro Gomes
quer ser oposição. Não devemos
excluir esses setores que fazem
meia oposição a FHC
LULA
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