São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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PAINEL

Revisão histórica
Amir Lando, relator da CPI que investigou Fernando Collor, revela no livro "Fora Collor!", a ser lançado no dia 2, que foi visitado em seu gabinete por FHC, José Serra, Luís Eduardo Magalhães, Covas, Mauro Benevides e Ulysses Guimarães para reduzir menções a Collor no texto final.

Alegação diplomática
No livro, de autoria dos jornalistas Sérgio Sá Leitão e Barbara Axt, Lando conta que o grupo de "cabeças coroadas do Congresso" alegou que, se Collor aparecesse muito no relatório, haveria mais dificuldades para aprová-lo. Lando diz ter mantido todas as citações no texto final.

Ex-mentor
O filósofo Mangabeira Unger -guru de Ciro Gomes (PPS) até a semana passada- disse a petistas que anunciará apoio a Lula (PT) nos próximos dias.

Risca de giz
Serra desdenhou do apoio de Eugênio Staub (Gradiente) a Lula. A interlocutores, o presidenciável disse que o empresário nunca foi tucano, apoiou Quércia em 94 e que só aliou-se a Lula por ter relações com Sarney.

Ritmo de final
Lula ficou pouco mais de meia hora no comício de anteontem em Osasco. Alegou que precisava descansar para a entrevista de ontem ao "Jornal Nacional". A maior preocupação no PT hoje é evitar erros na reta final.

Internacional socialista
Luis Favre, namorado de Marta, reclamou com o apresentador do comício de Lula em Osasco, anteontem, por ele ter autorizado a canção da "Oração de São Francisco". "Quem liberou música religiosa?", disse.

Sem licitação
O governo do Maranhão pagou R$ 60 mil ao terreiro de Bita do Barão -aliado da família Sarney. Segundo o edital, o pai-de-santo realiza "relevantes trabalhos para o fortalecimento espiritual e a diminuição das desigualdades sociais".

Trilha sonora
A bandinha do Planalto, em ensaio antes da chegada de Eduardo Duhalde para encontro com FHC, tocou o tema de "E o Vento Levou". Funcionários da Presidência ironizaram: "É bem apropriado, já que o vento levou o dólar e o peso".

Puro marketing
A cena é corriqueira em eventos de auditório da campanha de Anthony Garotinho (PSB), principalmente quando há fotógrafos por perto: na saída, o candidato dá uma boa olhada nas mesas e recolhe todos os santinhos eleitorais que sobraram.

Espelho retrovisor
No programa eleitoral de Ciro Gomes, a arte parece imitar a vida. Ontem, o presidenciável do PPS apareceu na TV tendo Brasília ao fundo. Enquanto falava, o candidato caminhava na direção contrária à da capital.

Mercado do voto
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a tabela de contratação de mão-de-obra para trabalho de boca-de-urna paga em média R$ 25, além de um lanche. Candidatos reclamam que adversários começaram a inflacionar o mercado, oferecendo R$ 50.

Força maior
Motivo do cancelamento das entrevistas que o apresentador Ratinho faria esta semana com os presidenciáveis no SBT: Serra não gostou de saber que seria o primeiro a ser entrevistado e disse que não iria.

Coisas mudam
O comitê de Ciro tentou convencer Ratinho a manter as entrevistas, apesar da desistência de Serra. O apresentador não aceitou. Nos bastidores, fez questão de lembrar que o candidato do PPS, quando estava em segundo nas pesquisas, recusou convite para ir ao seu programa.

TIROTEIO

Do pefelista Cláudio Lembo, vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ao governo paulista, sobre o PT usar na propaganda eleitoral elogios feitos a José Genoino (PT) por Mário Covas, padrinho político do candidato tucano:
- O governador Mário Covas merece mais respeito por parte do PT. José Genoino deve estar citando Covas porque Lula nunca o elogiou.

CONTRAPONTO

Tristes lembranças

Luiz Inácio Lula da Silva lançou na sexta-feira passada, na escola de samba Mangueira, no Rio, seu programa para a área de saúde. O clima era de festa, com a subida do petista nas pesquisas de intenção de voto e a prisão do traficante Elias Maluco, ocorrida um dia antes.
Acompanhado da governadora Benedita da Silva (PT), candidata à reeleição no Rio, Lula posou para fotos com passistas mirins e conversou com dona Zica, da Mangueira.
Quando chegou o momento do discurso do presidenciável, os organizadores colocaram no alto-falante o jingle "Lula-lá", da derrotada campanha de 89. A platéia inteira cantou junto.
Terminada a música, Lula, ao microfone, não perdoou:
- Essa música é mesmo muito bonita. Mas eu queria lembrar aos companheiros que já existe uma outra, para a atual campanha.



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