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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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POLÍTICA EXTERNA

Ministro se emociona ao ver ditador cubano, que o recebeu no exílio durante regime militar brasileiro

Dirceu não contém choro ao encontrar Fidel

DO ENVIADO ESPECIAL A HAVANA

O ministro José Dirceu (Casa Civil) chegou a chorar quando se encontrou com o ditador cubano, Fidel Castro, ontem, no Palácio da Revolução, em Havana.
Dirceu tentou até evitar que os presentes notassem o que estava acontecendo. Ele se virou de costas para os jornalistas na hora de enxugar as lágrimas com um lenço. Em seguida, respirou de forma profunda e pausada durante cerca de cinco minutos.
O ministro considera Cuba sua segunda pátria e diz publicamente que deve a vida a Fidel Castro, que o acolheu no exílio.
José Dirceu foi um dos 15 presos libertados no famoso episódio do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1968.
Depois de dois anos em Cuba, Dirceu voltou ao Brasil, no início dos anos 70. Como o regime militar vivia o auge da repressão, retornou a Cuba.
Fez uma operação plástica, para mudar o nariz, e foi viver no interior do Paraná. Com a abertura política em 1979, José Dirceu foi a Cuba para retornar ao Brasil como se nunca tivesse vivido clandestinamente em seu país.
Não é apenas Dirceu que tem laços afetivos. O PT tem ligações históricas com o regime castrista. Lula é amigo de Fidel. Na comitiva, está o assessor especial Frei Betto, que também viveu na ilha.

Saúde de Fidel
Após receber Lula no aeroporto ontem, Fidel acompanhou a comitiva até a residência oficial do embaixador do Brasil em Havana, Tilden Santiago.
Ao som de músicas brasileiras dos anos 50 e 60, conversaram animadamente até se dirigirem ao Palácio da Revolução, onde Dirceu se emocionou após Lula e Fidel passarem em revista a guarda palaciana.
O estado de saúde do ditador Fidel Castro, 77, foi motivo de comentários na comitiva brasileira. O próprio Lula disse a assessores estar surpreso com as demonstrações de fragilidade de Fidel.
Durante um almoço na casa do embaixador Tilden Santiago, o ditador demonstrou dificuldades para se levantar de um sofá.
Em outro momento, Fidel não reconheceu o ministro José Dirceu. (KA)


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