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CPI DA LOTERJ
Deputados do Rio aprovam relatório da comissão por unanimidade
Assembléia pede a prisão de Waldomiro e Cachoeira
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O relatório da CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) da Assembléia Legislativa do Rio que
pede a prisão de Waldomiro Diniz e de Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, foi aprovado ontem por unanimidade na
Assembléia Legislativa do Rio. Os
58 deputados presentes à sessão
votaram a favor do relatório.
Mulher do deputado federal
André Luiz (PMDB-RJ), acusado
de tentar extorquir Cachoeira, a
deputada estadual Eliana Ribeiro
(PMDB) votou a favor do relatório. Ela não quis dar entrevistas.
Além do pedido de prisão, o relatório da CPI da Loterj (Loteria
do Estado do Rio de Janeiro) acusa Waldomiro Diniz, ex-assessor
da Casa Civil da Presidência, de
ter supostamente cometido sete
crimes, entre eles corrupção passiva, improbidade administrativa,
condescendência criminosa e formação de quadrilha.
Com a decisão da Assembléia, o
relatório final e os documentos
arrecadados pela CPI serão enviados ao Ministério Público do Estado do Rio, ao Ministério Público Federal, à PF (Polícia Federal) e
ao TCE (Tribunal de Contas do
Estado), para a abertura de inquéritos e investigações. Ao Ministério Público caberá decidir se enviará à Justiça o pedido das prisões temporárias de Waldomiro e
de Cachoeira. A Justiça pode acatar ou negar o pedido, caso ele venha a ser apresentado.
Suspeitas
De acordo com a revista "Veja"
desta semana, gravações mostram o deputado André Luiz tentando extorquir R$ 4 milhões de
Carlinhos Cachoeira para que o
relatório da CPI não fosse aprovado no plenário. O dinheiro, segundo a revista, seria dividido entre 40 deputados, que votariam
contra o relatório. A gravação foi
feita por Cachoeira, empresário
de jogos. Por causa da suspeitas
lançadas sobre o trabalho da CPI,
o presidente da Assembléia, deputado Jorge Picciani (PMDB),
marcou a votação para ontem, em
sessão extraordinária.
Compareceram à sessão 58 dos
70 deputados. O deputado Alessandro Molon (PT) saiu do plenário para não votar e para não contrariar a bancada de seu partido,
favorável à apreciação imediata
do relatório pelo plenário. Molon
discordou da antecipação da sessão, prevista inicialmente para a
semana que vem.
A Loterj é uma autarquia vinculada ao governo estadual. Waldomiro Diniz a presidiu de fevereiro
de 2001 a dezembro de 2002. A
CPI foi aberta logo após a divulgação do vídeo que mostrava Waldomiro pedindo a Cachoeira contribuições para campanhas eleitorais e um percentual sobre o valor
combinado para si mesmo.
Waldomiro foi afastado do governo federal após a divulgação
da gravação, em fevereiro. Na
época da conversa com Cachoeira, em 2002, ele presidia a Loterj.
De autoria dos deputados Luiz
Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) e
Paulo Melo (PMDB), o relatório
da CPI concluiu que Cachoeira teria praticado os crimes de formação de quadrilha, extorsão e corrupção ativa e fraudou a Lei das
Licitações. Mais oito pessoas foram acusadas pela CPI de terem
cometidos crimes na autarquia.
A lisura do trabalho da CPI voltou a ser defendida por seu presidente, o deputado Alessandro Calazans (PV). "Se a CPI termina em
pizza, dizem que os deputados foram aliciados, corrompidos. Se
termina, como a nossa, com a suspensão de contratos e pedidos de
prisão, também somos atacados.
Isso é lamentável", declarou.
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