|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SÃO PAULO
"Vamos fazer o enxugamento para prestigiar os funcionários de carreira", diz tucano
Serra promete demitir assessores do PT contratados sem concurso
CATIA SEABRA
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
Líder nas pesquisas na eleição
paulistana, o tucano José Serra
disse ontem que, se eleito, demitirá os ocupantes dos cargos de
confiança (não-concursados)
criados no governo de Marta Suplicy. Segundo o candidato, foram gastos R$ 200 milhões nos últimos dois anos com a contratação de "militantes do partido [PT]
não para trabalhar na Prefeitura.
Mas em campanha política".
"Vamos cortar isso", disse Serra, em entrevista à rádio Eldorado: "Vamos fazer o enxugamento
para prestigiar os funcionários de
carreira e contratados, como em
creches e no combate à dengue".
Pelos dados da Secretaria de
Gestão Pública, de 2001 até julho,
foram criados 2.142 cargos de
confiança. Em 2001, a folha consumiu R$ 3,5 bilhões. Ano passado, foram R$ 4,3 bilhões, sendo
que foram contratados 28.189 servidores por concurso no período.
Descrevendo um cenário complicado, "em que se está atrasando
pagamento por todo lado", Serra
diz que cortará desperdícios.
Na entrevista, manifestou preocupação com o risco de a prefeitura não pagar o 13º salário ou os
fornecedores. O tamanho do déficit, que calcula em R$ 1 bilhão, só
será conhecido depois de aberta
"a caixa preta" a que chamou a
administração municipal. Até o
final desta edição, o comitê de
campanha de Marta Suplicy ainda
não tinha se manifestado.
Citando Franco Montoro e Mário Covas como exemplos, Serra
disse que o PSDB tem currículo
para recuperação de contas. Subiu o tom quando um jornalista
disse que Marta sucedera Celso
Pitta. Dizendo que o jornalista reproduzia os argumentos de Marta, Serra condenou o crescimento
do déficit após a saída de João Sayad da Secretaria de Fazenda: "Tiraram Sayad. Entrou o aparelhismo partidário e o déficit foi crescente, eu te devolvo a pergunta.
Por que no primeiro ano teve superávit, no segundo R$ 250 milhões de déficit, no terceiro ano
tem R$ 600 milhões de déficit,
agora mais de R$ 1 bilhão? Seria
interessante explicar isso para os
seus ouvintes", retrucou.
Pouco depois, ao ser questionado sobre os argumentos petistas,
de que o governo do Estado não
implantara o bilhete único, apesar
do pedido da prefeita, Serra disse
que a jornalista comprara a "versão do PT": "A versão que eu tenho é que a prefeitura evitou que
o governo do Estado entrasse para fazer junto o bilhete único para
fazer sozinhos e poderem faturar
eleitoralmente", disse Serra.
Como solução para os problemas de trânsito para a Grande São
Paulo, Serra defendeu a criação de
uma "autoridade metropolitana",
uma empresa que, a exemplo da
Sabesp, integraria no mesmo sistema os serviços de transportes
nos municípios da região: "É mais
racional, vai baratear: "Mas tem
que deixar de lado vaidades. Vai
ter que ter uma renúncia de poder
para que tenha um órgão poderoso, para que tenha uma autoridade metropolitana de transportes".
Em resposta, a coordenação da
campanha de Marta divulgou
uma nota Serra de "difundir uma
série de inverdades" para conter o
crescimento da adversária. Segundo a nota, "os funcionários da
Prefeitura, além de terem salários
maiores do que os do Estado, continuarão a receber todos os seus
salários em dia, inclusive o 13º. Os
fornecedores também continuarão a ser pagos".
Quanto à área de tansporte, afirma a nota: " Nossa parte foi feita.
A do Estado, não. O PSDB está há
10 anos no poder em São Paulo e
sequer conseguiu integrar seus
sistemas (trem, metrô e EMTU)".
Texto Anterior: Toda mídia - Nelson de Sá: De Bush para Kerry Próximo Texto: PT faz plágio do "Agora" e Justiça apreende Índice
|