DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que o senador tucano Eduardo Azeredo, seu conterrâneo, é "vitima" do PT e que o "gesto de grandeza" dele, ao renunciar à presidência nacional do PSDB, vai fazer com que as CPIs no Congresso retomem o foco das investigações, que é a "corrupção".
Segundo Aécio, a forma como Azeredo deixou anteontem a presidência do PSDB -"homenageado e referendado por todo o Senado e, em especial, pelos líderes da oposição"- demonstra a "correção, lisura e honestidade" do senador.
"Ele acabou sendo vítima de uma estratégia política que o PT montou e que, certamente, a sociedade não comprará, que é de tentar mostrar que todos são iguais", afirmou Aécio, para quem o caixa dois na tentativa de reeleição de Azeredo ao governo de Minas, em 1998, existiu, mas que "isso precisa ser sanado em campanha de todos os partidos".
"Misturar isso com esse profundo tráfico de influência que se construiu em torno do governo federal para beneficiar outros partidos políticos fora dos contextos das eleições, para financiar alguns parlamentares com utilização de fundos de pensão e de outras fontes de recurso, é algo que não pode passar despercebido", disse o tucano.
Ele acrescentou que "não foi isso o que ocorreu" no caso de Eduardo Azeredo.
Para Aécio Neves, a saída do senador da presidência do PSDB deixará o partido "mais livre para avançar na busca dessas apurações sem qualquer tipo de constrangimento".
O governador mineiro disse também que o PSDB não tem "nenhum tipo de constrangimento nessa questão moral" e que os tucanos vão "ter de punir exemplarmente aqueles que cujas responsabilidades forem constatadas".
(PAULO PEIXOTO)


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