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PF diz que dinheiro desviado na Funasa veio de emendas
Para polícia, não há indícios de que
congressistas estavam
envolvidos com fraudes
Romero Jucá (PMDB) diz em seu site que destinou mais de
R$ 10 milhões à fundação no 1º semestre deste ano;
senador não foi localizado
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Polícia Federal em Roraima diz que a origem do dinheiro desviado em fraudes em licitações da Funasa (Fundação
Nacional de Saúde), conforme
investigado pela Operação Metástase, é verba federal proveniente de emendas parlamentares da bancada de Roraima
no Congresso.
Um dos integrantes da bancada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), divulgou em seu site que
destinou R$ 10.561.526 em
emendas à Funasa no primeiro
semestre deste ano.
Para a Polícia Federal, no entanto, não há indícios até o momento de que os parlamentares
tinham conhecimento ou estavam envolvidos nas fraudes, estimadas em R$ 34,6 milhões.
"Não há indícios de que os
parlamentares estejam envolvidos com o objetivo final dessa
prática ilícita", afirmou o delegado da PF Alexandre Ramagem, responsável pela investigação da operação.
A Operação Metástase foi
realizada anteontem em Roraima, Amazonas e Paraná, com a
prisão de 32 pessoas suspeitas
de integrar uma organização
criminosa que fraudava processos licitatórios da Funasa. Os
presos são servidores da fundação, sócio e administradores
das empresas que participaram
de licitações.
Para o delegado, com as
emendas a direção da Funasa
encontrou um "campo vasto"
para fraudes nas áreas da saúde
indígena, saneamento básico,
compras de medicamentos e
contratos de transporte aéreo.
Ramagem apontou o coordenador regional da Funasa em
Roraima, Ramiro Teixeira, que
está preso, como o líder do esquema. Ele assumiu o cargo em
2005, por indicação do senador
Romero Jucá. "O Ramiro era a
cabeça. Comprovamos que ele
tinha um conluio com os empresários durante a fraude, da
publicação dos editais à execução do pagamento", afirmou o
delegado da PF
Ramagem disse que houve
pagamento de serviços não realizados e superfaturados. O esquema foi descoberto em 2005,
em uma escuta telefônica para
investigar lavagem de dinheiro
do narcotráfico contra o empresário Hassan Hussein Dehaine, também preso.
Ele é proprietário da Icaraí
Táxi Aéreo, vencedora de licitações para transportar em helicópteros servidores da Funasa.
A reportagem ligou para o celular de Romero Jucá, mas a ligação foi cortada e, em seguida,
o telefone ficou desligado. Sua
assessoria disse que ele participava de reunião no Palácio do
Planalto.
O advogado de Ramiro Teixeira disse que ele é inocente e
que vai entrar com pedido de
habeas corpus em Brasília. A
reportagem não localizou o advogado de Hassan Dehaine.
Ramagem disse que não poderia comentar o fato de Ramiro Teixeira ter sido indicado
para a coordenação da Funasa
de Roraima por Jucá.
Segundo o delegado da Polícia Federal, se houvesse indícios de envolvimento do senador com a fraude a investigação
precisaria ser autorizada pelo
STF (Supremo Tribunal Federal).
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