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Pagamento do 13º gera primeiro desentendimento na transição do RS
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O governo gaúcho pretende
anunciar, na próxima semana,
um decreto antecipando a arrecadação do ICMS de dezembro
-que normalmente é pago em
janeiro- para saldar o 13º salário
do funcionalismo.
A única possibilidade de isso
não ocorrer é o governo federal liberar, pelo menos parcialmente,
recursos referentes aos R$ 988 milhões reivindicados pelo Estado a
título de ressarcimento por obras
realizadas em estradas federais.
A antecipação de parte do imposto referente a dezembro renderia cerca de R$ 140 milhões, o que ajudaria a pagar o 13º salário
do funcionalismo -cujas despesas são calculadas em cerca de R$
440 milhões.
O restante dos recursos viria da
negociação de créditos da dívida
ativa do Estado e de outras operações financeiras.
Essa possibilidade está gerando
o primeiro conflito de interesses
entre as equipes do atual governo
(petista) e do governo eleito (peemedebista), já que sobraria uma
arrecadação menor no futuro.
A alternativa foi apresentada na
última sexta-feira pelo secretário
da Fazenda, Odir Tonollier, à comissão de transição do atual e do
futuro governo.
Outra alternativa polêmica seria
oferecer desconto maior para
quem quitar o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) até 31 de dezembro. O
desconto já é corriqueiro no Estado para facilitar a arrecadação.
Um relatório sobre despesas e
receitas do governo até 31 de março próximo também gerou discordâncias.
O relatório mostra que o governo terá receita média mensal de
R$ 600 milhões (em ICMS) e despesas de R$ 570 milhões.
A equipe de Rigotto discorda:
alega não estarem incluídas transferências para os municípios e
despesas elementares de custeio.
Pelos seus cálculos, o Estado
precisa de ao menos R$ 240 milhões em recursos extraordinários nos três primeiros meses do
novo governo para fazer frente às
despesas. Faltariam R$ 63 milhões em janeiro, R$ 100 milhões
em fevereiro e R$ 83 milhões em
março.
Segundo o economista Paulo
Michelucci, provável secretário
da Fazenda de Rigotto, são necessários R$ 580 milhões para fechar
as contas em dezembro.
Presidência
No campo político também começam as divergências. Deputados estaduais do PMDB, do PDT, do PPB e do PTB fecharam um
acordo para a presidência da Assembléia a partir de 2003 e excluíram o PT do rodízio.
Os petistas discordaram da decisão, alegando, sobretudo, que
têm a maior bancada. São 13 deputados do PT, dez do PPB, nove
do PMDB, seis do PTB, sete do
PDT, três do PSDB, três do PPS,
dois do PSB, um do PC do B e um
do PFL. O impasse ainda não foi
resolvido.
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