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TERCEIRO TURNO
Tucano deve R$ 5,9 milhões, contra R$ 770 mil do petista
Lula e Serra deixam dívida da campanha a presidente
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deixou dívida
de campanha de R$ 5,9 milhões.
Ele gastou R$ 34,4 milhões (arrecadou R$ 28,5 milhões), praticamente o mesmo que o presidente
eleito, Luiz Inácio Lula da Silva,
que gastou R$ 33,7 milhões (arrecadou R$ 33 milhões). Lula também deixou dívida, embora bem
menor: R$ 770 mil.
Os comitês eleitorais de ambos
prestaram contas ontem ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) da
arrecadação e das despesas de
campanha e informaram que os
débitos serão assumidos e posteriormente pagos pelos respectivos partidos.
O principal doador de Serra foi
o Banco Itaú, com R$ 2,2 milhões.
Em segundo lugar, está o grupo
Votorantim, do empresário Antônio Ermírio de Moraes, com R$
2,05 milhões.
O maior doador, entre as pessoas físicas, foi o ex-banqueiro e
investidor financeiro do Rio de
Janeiro Antônio José de Almeida
Carneiro, com R$ 1 milhão.
Outro R$ 1,1 milhão foi arrecadado por Serra depois da derrota,
no segundo turno.
Já o presidente eleito obteve cerca de R$ 2 milhões no período
posterior a 27 de outubro.
Na campanha petista, o maior
doador foi o grupo Coteminas, do
vice-presidente eleito, José Alencar. A contribuição foi de R$ 2,3
milhões. Em seguida, apareceu o
banco Santander, que doou R$ 1,4
milhão.
Entre as pessoas físicas, a principal doadora foi a modelo Luma de
Oliveira, com R$ 27 mil.
A campanha petista foi de longe
a mais cara das quatro que disputou. Em 98, por exemplo, a despesa ficou em cerca de R$ 4 milhões
(valor não atualizado).
Propaganda
No detalhamento das despesas
apresentado ao tribunal, Lula
apontou como principal item o
gasto com marketing. No quesito
"produções audiovisuais", que
engloba o gasto com o programa
de TV, foram despendidos R$ 7
milhões.
No item "propagandas e publicidade", referente à despesa com
outdoors e panfletos, por exemplo, o dispêndio do petista foi de
R$ 5,3 milhões.
Já o gasto com viagens, quase
sempre em jatos fretados, ficou
em R$ 2,1 milhões, enquanto a
despesa com cachês de artistas como a dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano situou-se em
R$ 1,4 milhão.
Durante a campanha, o petista
chegou a pedir ao TSE aumento
no seu limite de gastos, de R$ 36
milhões para R$ 48 milhões. Serra
estimou teto de R$ 60 milhões.
Alguns gastos do candidato tucano foram: R$ 6,8 milhões com o
programa de TV, R$ 5,1 milhões
com serviços prestados, R$ 3,6
milhões com cachês de artistas e
animadores, R$ 3,05 milhões com
propaganda em geral e R$ 2,9 milhões em viagens.
O PSDB e o PT terão que informar ao TSE, nos próximos anos, a
origem dos recursos utilizados
para liquidar a dívida remanescente.
O TSE deverá aprovar as contas
nos próximos dias. A diplomação
do presidente eleito, prevista para
14 de dezembro, depende desse
julgamento.
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