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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

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PAINEL

Varejão do voto
A votação da Previdência no Senado foi a primeira na qual Lula teve de se empenhar diretamente, ligando até para parlamentares do baixo clero. Quando a reforma foi votada na Câmara, o presidente se limitou a falar com João Paulo e Aldo Rebelo. José Dirceu fez o varejo.

Renan, o terrível
Pivô da crise que atrasou a votação da reforma da Previdência, Renan Calheiros controla os votos de dez senadores do PMDB. Sua fatia na Casa é inferior apenas à de José Sarney, que comanda 15 parlamentares espalhados por PMDB e PFL.

Ataque de nervos
Governistas interpretavam ontem o desentendimento da véspera com Renan Calheiros como sinal de que o senador não quer esperar mais para saber quais ministérios o PMDB ocupará a partir de 2004.

Dia do pranto
Ofuscada na terça-feira pelos problemas urgentes a resolver com o PMDB, Heloísa Helena chorou como nunca antes de votar contra a reforma da Previdência ontem. A radical fez escola. Serys Shlessarenko votou a favor, mas antes subiu ao plenário e também chorou.

Apoio às artes
A equipe do Planejamento resolveu fazer piada a respeito dos R$ 46 milhões descontingenciados para a Fazenda nesta semana. Diz que o dinheiro será usado para erguer estátuas de Pedro Malan e demais integrantes da equipe econômica de FHC, conforme sugestão do secretário Marcos Lisboa (Tesouro).

Donos do saber
Em discurso anteontem, Lula voltou a exercitar uma das linhas de força de sua fala: o elogio dos sem-diploma. Disse a pescadores que eles têm "muito mais conhecimento do que qualquer especialista, engenheiro ou doutor formado nas melhores universidades deste país".

Batalha naval
Dezoito associações de produtores rurais enviaram ofício a Anderson Adauto (Transportes) pedindo intervenção no porto de Paranaguá (PR). Alegam que o veto ao transporte de transgênicos pelo porto, decidido por Roberto Requião, prejudica agricultores e exportadores.

Grão perdido
Os produtores afirmam que o Brasil perderá R$ 1 bilhão ao ano se a exportação de soja transgênica for desviada para Santos. Paranaguá é um porto federal cedido ao governo paranaense.

Tricô legal
Maurício Corrêa, presidente do Supremo Tribunal Federal, reúne-se hoje em SP com Geraldo Alckmin para discutir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente. O magistrado vê com simpatia a proposta do governador de aumentar a pena dos menores infratores.

Soro antiofídico
O Ministério Público Federal pediu a suspeição de Casem e Ali Mazloum para julgar processos relacionados a crimes semelhantes aos investigados pela Operação Anaconda, que apura um esquema de corrupção e venda de sentenças e tem os dois juízes entre seus suspeitos.

Visitas à Folha
Edmundo Klotz, presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Graziele do Val, sócia-proprietária da Communicação Assessoria Empresarial e assessora de imprensa da Abia, e de Rosangela Capozoli, assessora de imprensa.
 
José Theodoro A. de Araújo, sócio da Araújo e Policastro Advogados, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Fernanda Dabori, diretora de atendimento da Andreoli, Manning, Selvage & Lee.

TIROTEIO

Da senadora tucana Lúcia Vânia (GO), sobre o relatório da ONU que mostra o aumento da fome no mundo e sua redução no Brasil entre 1990 e 2001:
-Os programas sociais de FHC foram bem-sucedidos porque tiveram continuidade e ajustes periódicos. O Fome Zero é um retrocesso administrativo porque centraliza decisões e favorece o aparelhamento político da máquina governamental.

CONTRAPONTO

Valor agregado

Em debate realizado na segunda-feira no Instituto Sergio Motta, centro de estudos ligado ao PSDB, o economista Yoshiaki Nakano destacou a importância da descoberta de nichos para a geração de empregos.
Para ilustrar seu argumento, o ex-secretário da Fazenda do governo Covas usou como exemplo a fabricação de biquínis:
-O custo é relativamente baixo, seja pela mão-de-obra, seja pela matéria-prima.
Nesse ponto da apresentação, a platéia começou a rir, mas o circunspecto Nakano não se abalou. Seguiu explicando as vantagens desse segmento:
-Além de tudo, tem alto valor agregado, porque o Brasil sabe fazer biquínis.
Foi então interrompido pelo economista Gilberto Dupas, também presente à mesa, que corrigiu o colega:
-Nakano, isso é porque o Brasil sabe fazer mulher bonita.


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