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RUMO AO ORIENTE
Presidente será primeiro governante do país desde d. Pedro 2º a visitar Líbano e Egito; Duhalde vai junto
Lula quer "vender" Mercosul no Oriente Médio
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pretende promover o Brasil
e o Mercosul em uma viagem de
nove dias que fará a países árabes,
de 2 a 10 de dezembro.
A grande novidade na viagem
será a presença de Eduardo Duhalde, ex-presidente da Argentina
e atual presidente da Comissão de
Representantes Permanentes do
Mercosul.
Lula fez o convite a Duhalde no
dia 18, numa conversa no Palácio
da Alvorada. O brasileiro resolveu
sugerir a participação formal do
Mercosul na viagem.
"Essa ida de Duhalde é mais um
passo para consolidar a estratégia
do presidente Lula de fazer as negociações da América do Sul em
bloco, privilegiando o Mercosul.
É muito positivo, pois a visita será
a um outro bloco de países de médio desenvolvimento", diz o ministro Ciro Gomes (Integração
Nacional), que estará na viagem.
Lula visitará cinco países, na seguinte ordem: Síria, Líbano, Emirados Árabes, Egito e Líbia. Será a
primeira visita de um chefe de Estado e de governo brasileiro ao Líbano e ao Egito desde uma viagem realizada no século 19 pelo
então imperador d. Pedro 2º.
Além de Ciro, viajarão com Lula
empresários e os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz
Fernando Furlan (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações
Exteriores), Walfrido Mares Guia
(Turismo), Tarso Genro (Desenvolvimento Econômico e Social) e
o general Jorge Armando Félix
(Gabinete de Segurança Institucional da Presidência). É a primeira viagem internacional em que
Félix estará com o presidente.
Interesses comerciais
O objetivo central da visita a esses países é comercial. Um documento preparado pelo Ministério
do Desenvolvimento afirma que
"o intercâmbio comercial entre
Brasil e os países árabes vem crescendo a cada ano, porém em passos ainda lentos".
De janeiro a outubro deste ano,
a corrente de comércio (exportações mais importações) brasileira
com esse bloco econômico atingiu US$ 4,065 bilhões. O saldo positivo com os árabes ficou em
US$ 73 milhões.
Ainda segundo o Desenvolvimento, no ano passado, de janeiro a outubro, o comércio do Brasil
com essa região foi de US$ 3,8 bilhões. É possível que esses dados
não sejam precisos, pois o ministério fala num aumento de 5% de
2002 para 2003, mas o percentual
correto é de 6,97%, na comparação das duas cifras citadas.
Atualmente, tudo que o Brasil
exporta para países árabes corresponde a apenas 3,3% do total e a
5,17% do que é importado. Furlan
falaria ontem sobre a viagem, mas
cancelou a entrevista por causa do
lançamento das diretrizes da política industrial do governo.
"Em cada país que o presidente
passar, haverá um encontro com
empresários", diz Celso Amorim.
O ponto alto deve ser em Dubai
(Emirados Árabes Unidos), onde
haverá uma programação ampla,
com o evento Semana do Brasil
no Oriente Médio, que incluirá o
Seminário Internacional Brasil e
Países Árabes.
Haverá um painel de discussão
com a participação do governo
brasileiro e de representantes dos
governos árabes, da Liga dos Estados Árabes e do Conselho de Cooperação do Golfo.
Além do seminário, será realizada uma feira de exposição com
produtos brasileiros. Representantes de cerca de 60 setores estarão presentes, expondo, entre outros, produtos têxteis, alimentos,
calçados, cosméticos e softwares.
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