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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

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RUMO AO ORIENTE

Presidente será primeiro governante do país desde d. Pedro 2º a visitar Líbano e Egito; Duhalde vai junto

Lula quer "vender" Mercosul no Oriente Médio

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende promover o Brasil e o Mercosul em uma viagem de nove dias que fará a países árabes, de 2 a 10 de dezembro.
A grande novidade na viagem será a presença de Eduardo Duhalde, ex-presidente da Argentina e atual presidente da Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul.
Lula fez o convite a Duhalde no dia 18, numa conversa no Palácio da Alvorada. O brasileiro resolveu sugerir a participação formal do Mercosul na viagem.
"Essa ida de Duhalde é mais um passo para consolidar a estratégia do presidente Lula de fazer as negociações da América do Sul em bloco, privilegiando o Mercosul. É muito positivo, pois a visita será a um outro bloco de países de médio desenvolvimento", diz o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), que estará na viagem.
Lula visitará cinco países, na seguinte ordem: Síria, Líbano, Emirados Árabes, Egito e Líbia. Será a primeira visita de um chefe de Estado e de governo brasileiro ao Líbano e ao Egito desde uma viagem realizada no século 19 pelo então imperador d. Pedro 2º.
Além de Ciro, viajarão com Lula empresários e os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações Exteriores), Walfrido Mares Guia (Turismo), Tarso Genro (Desenvolvimento Econômico e Social) e o general Jorge Armando Félix (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência). É a primeira viagem internacional em que Félix estará com o presidente.

Interesses comerciais
O objetivo central da visita a esses países é comercial. Um documento preparado pelo Ministério do Desenvolvimento afirma que "o intercâmbio comercial entre Brasil e os países árabes vem crescendo a cada ano, porém em passos ainda lentos".
De janeiro a outubro deste ano, a corrente de comércio (exportações mais importações) brasileira com esse bloco econômico atingiu US$ 4,065 bilhões. O saldo positivo com os árabes ficou em US$ 73 milhões.
Ainda segundo o Desenvolvimento, no ano passado, de janeiro a outubro, o comércio do Brasil com essa região foi de US$ 3,8 bilhões. É possível que esses dados não sejam precisos, pois o ministério fala num aumento de 5% de 2002 para 2003, mas o percentual correto é de 6,97%, na comparação das duas cifras citadas.
Atualmente, tudo que o Brasil exporta para países árabes corresponde a apenas 3,3% do total e a 5,17% do que é importado. Furlan falaria ontem sobre a viagem, mas cancelou a entrevista por causa do lançamento das diretrizes da política industrial do governo.
"Em cada país que o presidente passar, haverá um encontro com empresários", diz Celso Amorim.
O ponto alto deve ser em Dubai (Emirados Árabes Unidos), onde haverá uma programação ampla, com o evento Semana do Brasil no Oriente Médio, que incluirá o Seminário Internacional Brasil e Países Árabes.
Haverá um painel de discussão com a participação do governo brasileiro e de representantes dos governos árabes, da Liga dos Estados Árabes e do Conselho de Cooperação do Golfo.
Além do seminário, será realizada uma feira de exposição com produtos brasileiros. Representantes de cerca de 60 setores estarão presentes, expondo, entre outros, produtos têxteis, alimentos, calçados, cosméticos e softwares.


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