São Paulo, domingo, 27 de novembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006

Ministro quer barrar escolha de Tarso para coordenar proposta de governo; idéia de partido é tachar de "transição" política econômica atual

PT articula programa anti-Palocci para 2006

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após a disputa com a colega da Casa Civil, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, já se prepara para enfrentar críticas do seu próprio partido. Cresce no PT uma articulação para elaborar um programa econômico para a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva bem diferente do aplicado a partir de 2003 por Palocci.
Em resposta, Palocci quer impedir a indicação do ex-ministro Tarso Genro para coordenador do programa de governo de Lula. Com aval da cúpula do partido, Tarso sinaliza disposição de pregar outra política econômica.
O ministro da Fazenda gostaria de ver Glauco Arbix, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), na coordenação do programa de governo.
O primeiro passo de Tarso será caracterizar a política econômica atual como uma "transição" necessária devido à "herança maldita" do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, tem defendido essa linha de formulação de discurso eleitoral para Lula. A princípio, parece uma preservação de Palocci, justificando as medidas impopulares que tomou. Abre, porém, a perspectiva de mudança de política econômica a partir de 2007.
Por ora, o presidente assiste quieto aos embates no PT por espaços em sua futura campanha à reeleição. Tarso tem obtido a simpatia de Berzoini e de petistas com cargo no governo, como os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Marinho (Trabalho).
Marinho é cotado para um cargo de coordenação na campanha. Lula já foi consultado por Berzoini, que disse que precisava começar a discutir alianças eleitorais nos Estados, forma de arrecadar recursos de campanha e a escolha de um novo marqueteiro.
Lula gostaria de nomear o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais), para coordenador-geral de campanha, papel que foi de José Dirceu em 2002. Berzoini é cotado para essa função ou para coordenador político (alianças estaduais e campanhas a governador e ao Senado). (KENNEDY ALENCAR)


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