|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006
Ministro quer barrar escolha de Tarso para coordenar proposta de governo; idéia de partido é tachar de "transição" política econômica atual
PT articula programa anti-Palocci para 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após a disputa com a colega da
Casa Civil, o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci, já se prepara para enfrentar críticas do seu próprio partido. Cresce no PT uma
articulação para elaborar um programa econômico para a campanha de reeleição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva bem diferente do aplicado a partir de
2003 por Palocci.
Em resposta, Palocci quer impedir a indicação do ex-ministro
Tarso Genro para coordenador
do programa de governo de Lula.
Com aval da cúpula do partido,
Tarso sinaliza disposição de pregar outra política econômica.
O ministro da Fazenda gostaria
de ver Glauco Arbix, presidente
do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), na coordenação do programa de governo.
O primeiro passo de Tarso será
caracterizar a política econômica
atual como uma "transição" necessária devido à "herança maldita" do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, tem defendido essa linha de formulação de discurso
eleitoral para Lula. A princípio,
parece uma preservação de Palocci, justificando as medidas impopulares que tomou. Abre, porém,
a perspectiva de mudança de política econômica a partir de 2007.
Por ora, o presidente assiste
quieto aos embates no PT por espaços em sua futura campanha à
reeleição. Tarso tem obtido a simpatia de Berzoini e de petistas
com cargo no governo, como os
ministros Dilma Rousseff (Casa
Civil) e Luiz Marinho (Trabalho).
Marinho é cotado para um cargo de coordenação na campanha.
Lula já foi consultado por Berzoini, que disse que precisava começar a discutir alianças eleitorais
nos Estados, forma de arrecadar
recursos de campanha e a escolha
de um novo marqueteiro.
Lula gostaria de nomear o ministro Jaques Wagner (Relações
Institucionais), para coordenador-geral de campanha, papel que
foi de José Dirceu em 2002. Berzoini é cotado para essa função ou
para coordenador político (alianças estaduais e campanhas a governador e ao Senado).
(KENNEDY ALENCAR)
Texto Anterior: Pente-fino Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Rumo a 2006: Para analistas, fritura de equipe mina Lula Índice
|