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CÂMARA
Deputados fazem campanha para obter vice-presidências e secretarias; cargos permitem nomear 20 assessores
Mesa Diretora tem disputa corpo a corpo
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A disputa pelos cargos da Mesa
da Câmara extrapolou a presidência e chegou às outras seis vagas.
Deputados que nem tiveram a
aprovação partidária espalharam
cartazes pelos corredores da Câmara pleiteando vagas de vices e
secretários, disputando espaço
com a propaganda dos cinco candidatos a presidente.
Os demais cargos têm atrativos
que justificam o interesse: cada
uma das vice-presidências e das
secretarias pode nomear 20 assessores. O primeiro-secretário, por
exemplo, é responsável pela contratação de empresas para prestação de serviços à Câmara.
O deputado Barbosa Neto
(PMDB-GO), pré-candidato a 1º
vice-presidente, distribuiu camisetas personalizadas aos parlamentares peemedebistas. Há cerca de 15 dias, ele visitou o gabinete
da 1ª vice acompanhado de prefeitos de Goiás.
Barbosa Neto tirou fotos no gabinete, atualmente ocupado pelo
pefelista Heráclito Fortes (PI), e
fez perguntas aos funcionários sobre o funcionamento da 1ª vice-presidência.
Com a repercussão negativa de
seu ato, Barbosa Neto telefonou a
Heráclito para dar explicações.
Irônico, o pefelista perguntou se
os outros candidatos do PMDB
haviam desistido - a vaga é disputada por pelo menos seis peemedebistas, segundo informações de deputados do partido.
Além de Barbosa Neto, Paulo
Lima (SP), Marcelo Barbieri (SP),
Maria Elvira (MG), Damião Feliciano (PB) e Themístocles Sampaio (PI) estão interessados.
Paulo Lima até já espalhou cartazes pelos corredores da Câmara
como candidato a 1º vice-presidente da Câmara. A bancada do
PMDB deverá se reunir no dia 7
de fevereiro para escolher os candidatos do partido.
A peemedebista Elcione Barbalho (PA), ex-mulher do senador
Jader Barbalho (PA), candidato a
presidente do Senado, disputa a
4ª secretaria. Elcione, que ainda
não teve a candidatura aprovada
pelo partido, colocou propaganda
nos corredores da Câmara.
Nos cartazes, ela defende a participação da mulher na direção da
Câmara com frases como "A
competência da mulher na Mesa"
e "É hora de arrumar a casa".
O primeiro a distribuir cartazes
foi o deputado Romeu Queiroz
(PSDB-MG), candidato a 1º secretário, o cargo mais importante depois do presidente. "O 1º secretário é responsável pela parte administrativa da Câmara, que precisa
de mudanças. Com a minha experiência, poderei melhorar muita
coisa", afirmou o deputado.
Dificilmente a candidatura de
Queiroz será aceita pela Mesa da
Câmara. Como o PSDB é o maior
partido e terá a prerrogativa de indicar o candidato a presidente,
não terá também a 1ª secretaria.
"Pretendo ser candidato avulso", afirmou. Segundo as regras
da eleição, os candidatos avulsos
(não-apoiados pela bancada) só
poderão disputar vagas que couberem aos seus partidos, com exceção do cargo de presidente.
A Folha apurou que Queiroz é
aliado de Severino Cavalcanti
(PPB-PE), candidato a presidente,
mas ele disse que apóia o tucano
Aécio Neves (MG).
Três deputados do PTB querem
ocupar a 2ª secretaria, cargo cedido por Aécio ao partido em troca
de votos. Duílio Pisaneschi (SP) e
Nilton Capixaba (RO) vão disputar a indicação da bancada, mas
Magno Malta (ES) anunciou que
será candidato independentemente de aprovação do partido.
Augusto Nardes (PPB-RS) quer
o cargo de 2º vice-presidente e
corregedor da Câmara. Para isso,
negocia com Aécio e Inocêncio
Oliveira (PFL-PE). O único candidato de consenso deverá ser o deputado Paulo Rocha (PT-PA).
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