São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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CÂMARA

Deputados fazem campanha para obter vice-presidências e secretarias; cargos permitem nomear 20 assessores

Mesa Diretora tem disputa corpo a corpo

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A disputa pelos cargos da Mesa da Câmara extrapolou a presidência e chegou às outras seis vagas. Deputados que nem tiveram a aprovação partidária espalharam cartazes pelos corredores da Câmara pleiteando vagas de vices e secretários, disputando espaço com a propaganda dos cinco candidatos a presidente.
Os demais cargos têm atrativos que justificam o interesse: cada uma das vice-presidências e das secretarias pode nomear 20 assessores. O primeiro-secretário, por exemplo, é responsável pela contratação de empresas para prestação de serviços à Câmara.
O deputado Barbosa Neto (PMDB-GO), pré-candidato a 1º vice-presidente, distribuiu camisetas personalizadas aos parlamentares peemedebistas. Há cerca de 15 dias, ele visitou o gabinete da 1ª vice acompanhado de prefeitos de Goiás.
Barbosa Neto tirou fotos no gabinete, atualmente ocupado pelo pefelista Heráclito Fortes (PI), e fez perguntas aos funcionários sobre o funcionamento da 1ª vice-presidência.
Com a repercussão negativa de seu ato, Barbosa Neto telefonou a Heráclito para dar explicações. Irônico, o pefelista perguntou se os outros candidatos do PMDB haviam desistido - a vaga é disputada por pelo menos seis peemedebistas, segundo informações de deputados do partido.
Além de Barbosa Neto, Paulo Lima (SP), Marcelo Barbieri (SP), Maria Elvira (MG), Damião Feliciano (PB) e Themístocles Sampaio (PI) estão interessados.
Paulo Lima até já espalhou cartazes pelos corredores da Câmara como candidato a 1º vice-presidente da Câmara. A bancada do PMDB deverá se reunir no dia 7 de fevereiro para escolher os candidatos do partido.
A peemedebista Elcione Barbalho (PA), ex-mulher do senador Jader Barbalho (PA), candidato a presidente do Senado, disputa a 4ª secretaria. Elcione, que ainda não teve a candidatura aprovada pelo partido, colocou propaganda nos corredores da Câmara.
Nos cartazes, ela defende a participação da mulher na direção da Câmara com frases como "A competência da mulher na Mesa" e "É hora de arrumar a casa".
O primeiro a distribuir cartazes foi o deputado Romeu Queiroz (PSDB-MG), candidato a 1º secretário, o cargo mais importante depois do presidente. "O 1º secretário é responsável pela parte administrativa da Câmara, que precisa de mudanças. Com a minha experiência, poderei melhorar muita coisa", afirmou o deputado.
Dificilmente a candidatura de Queiroz será aceita pela Mesa da Câmara. Como o PSDB é o maior partido e terá a prerrogativa de indicar o candidato a presidente, não terá também a 1ª secretaria.
"Pretendo ser candidato avulso", afirmou. Segundo as regras da eleição, os candidatos avulsos (não-apoiados pela bancada) só poderão disputar vagas que couberem aos seus partidos, com exceção do cargo de presidente.
A Folha apurou que Queiroz é aliado de Severino Cavalcanti (PPB-PE), candidato a presidente, mas ele disse que apóia o tucano Aécio Neves (MG).
Três deputados do PTB querem ocupar a 2ª secretaria, cargo cedido por Aécio ao partido em troca de votos. Duílio Pisaneschi (SP) e Nilton Capixaba (RO) vão disputar a indicação da bancada, mas Magno Malta (ES) anunciou que será candidato independentemente de aprovação do partido.
Augusto Nardes (PPB-RS) quer o cargo de 2º vice-presidente e corregedor da Câmara. Para isso, negocia com Aécio e Inocêncio Oliveira (PFL-PE). O único candidato de consenso deverá ser o deputado Paulo Rocha (PT-PA).



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