São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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CPI investiga organização

DA AGÊNCIA FOLHA

A ONG Associação Amazônia ainda é objeto de investigação da CPI da Grilagem da Câmara. Segundo o deputado Luciano Castro (PFL-RR), a quebra do sigilo bancário e telefônico dos dirigentes da organização, entre eles o argentino Héctor Daniel Garibotti, já foi requerida ao Banco Central.
Segundo relatório da CPI de Terras da Assembléia Legislativa de Boa Vista (RR), a entidade registrou em um cartório de Manaus uma propriedade de 172 mil hectares, na região da Reserva Natural do Xinxuau (300 km ao sul de Boa Vista), em Rorainópolis.
O Iteraima (Instituto de Terras de Roraima) informou que a ONG reivindicou junto ao órgão o título de posse da área, mas a questão está sub judice.
O governador de Roraima, Neudo Campos (PPB), estuda a possibilidade de tornar a área de utilidade pública.
A advogada da ONG, Maria Rita Furtado Rodrigues, disse que a associação não é proprietária das terras da reserva e elogiou a decisão do governador. "É bom mesmo que ele tome uma atitude."
Segundo ela, a associação adquiriu apenas as benfeitorias de seis famílias de ribeirinhos. Cada uma delas, disse, recebeu R$ 6 mil há cerca de oito anos.
Se ocorrer a decretação de utilidade pública, o governo vai nomear uma comissão para avaliar os bens declarados pela ONG e determinar um ressarcimento.
O ribeirinho Carlos Pereira da Silva disse em depoimento à CPI que teria vendido apenas 2.000 metros quadrados de uma propriedade que a associação informou ter 30 mil hectares. Silva disse ter recebido R$ 3.000.
"No recibo de venda, que Silva recebeu e assinou, mesmo sendo analfabeto, constava o valor de R$ 20 mil", declarou o deputado estadual e relator da CPI, Mecias de Jesus (PSL).
O cartório emitiu os recibos de compra e venda das terras e procurações em nome de Plínio Leite da Encarnação (tesoureiro), Christopher Clark (secretário), Paolo Imperialli (sócio-produtor) e Heitor Daniel Garibotti (vice-presidente) e Luiz Antonio Nascimento de Souza (presidente), da Associação Amazônia.
A ONG, segundo a advogada, recebe recursos da Europa e EUA e foi criada para tornar a área uma reserva e preservá-la. (ADL)

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