São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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FÓRUM SOCIAL
Depois da destruição de plantas e sementes pelo MST, agricultores reunidos em Porto Alegre marcam ato mundial

Agricultores farão protesto antitransgênico

DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Um dia depois de militantes do MST terem destruído uma lavoura experimental de soja transgênica no interior do Rio Grande do Sul, organizações de camponeses anunciaram que prepararam um protesto mundial contra empresas de biotecnologia.
Durante debate sobre biodiversidade no Fórum Mundial Social, em Porto Alegre, o líder da Via Campesina, o mexicano Ernesto Ladrón de Guevara, anunciou que serão feitos protestos em 25 países no dia 7 de abril.
"O dia de ontem (anteontem, se referindo ao ato do MST) foi muito importante e serve de exemplo para a nossa luta. Faremos uma ação mundial contra os transgênicos", afirmou Ladrón de Guevara.
A Via Campesina é uma Organização Não-Governamental que reúne entidades como o MST e a Federação dos Camponeses Franceses, de José Bové, que em 1999 destruiu uma lanchonete do McDonald's no Sul da França para protestar contra a globalização.
Logo depois do protesto de anteontem em fazenda da multinacional Monsanto, o líder do MST, João Pedro Stedile, havia afirmado que continuaria com as ações contra lavouras de transgênicos.
Nos debates de biotecnologia, os alvos também foram as empresas multinacionais. O italiano Riccardo Petrella, da Universidade de Louvain, na Bélgica, arrancou dois minutos de aplausos de 400 pessoas, ao defender o fim das patentes das empresas de biotecnologia. "A privatização do conhecimento joga nas mãos de um grupo de empresas o destino de toda a humanidade. É inaceitável", disse.
Na mesma linha, Marcel Mazoyer, do Instituto Nacional de agronomia da França, afirmou que "os benefícios das novas espécies (geneticamente modificadas) não pode ser feita com fim da propriedade do conhecimento dos agricultores a favor das multinacionais".


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