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Sem reforma, CPMF vai ficar, diz João Paulo
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O candidato do PT à presidência
da Câmara, João Paulo Cunha
(SP), afirmou ontem que a atual
alíquota da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira) pode ser prorrogada
se a reforma tributária demorar a
ser aprovada. A alíquota de 0,38%
cobrada hoje tem prazo para durar até o final deste ano. A partir
de 2004, a alíquota seria de 0,08%.
"Sem as reformas que precisam
ser feitas e sem a CPMF, a União
iria perder R$ 20 bilhões", disse o
petista em Fortaleza. Outra medida impopular que deve ser tomada caso não seja possível aprovar
a reforma tributária neste ano é a
manutenção da alíquota de 27,5%
sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física. "A capacidade de arrecadação do Estado está exaurida,
não podemos perder receita."
No Ceará, João Paulo se reuniu
com o governador Lúcio Alcântara (PSDB), o senador eleito Tasso
Jereissati (PSDB) e a bancada cearense de deputados federais, sempre acompanhado de uma delegação de PT, PPS, PC do B e PMDB.
A visita serviu para reafirmar o
apoio à candidatura do petista e
para assegurar apoio às reformas.
João Paulo afirmou que, caso
seja eleito presidente da Câmara,
pretende abrir quatro frentes para
a aprovação o mais rápido possível de quatro reformas: a tributária, a da Previdência, a trabalhista
e a política. A da Previdência é
prioritária, segundo ele: "Tem um
efeito a longo prazo, mas traz
boas sinalizações, baixa o risco
Brasil, reabre linhas de crédito".
Ele disse que é possível aprovar
a reforma tributária ainda neste
ano, mas é muito difícil. Uma das
dificuldades para um consenso
foi apontada por Alcântara. Segundo ele, seriam necessárias medidas compensatórias aos Estados do Nordeste caso seja adotada
uma alíquota única para o ICMS.
"Sou contra essa política de incentivos fiscais, mas hoje essa é a
única maneira de os Estados do
Nordeste atraírem investimentos.
Por isso é necessário pensar em
medidas compensatórias", disse o
governador. João Paulo afirmou
que não existe ainda nenhum
projeto de reforma: "Neste momento, falar muito atrapalha".
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