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RETÓRICA OFICIAL
Gilberto Carvalho afirma que elite fez fortuna devendo a estatais
Assessor de Lula diz que rico
dá calote e imprensa é parcial
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em evento para uma platéia em
sua maioria de adolescentes, o
chefe-de-gabinete do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto
Carvalho, atacou parte da elite
brasileira e acusou a imprensa de
estar a serviço dela.
"Pobre honra suas dívidas, ao
contrário de muitos da elite brasileira que fizeram sua fortuna em
cima da inadimplência em relação aos empréstimos estatais com
seus desvios, processos e postergamentos que levaram muitas vezes a dívidas jamais pagas", disse
ele, ao defender o microcrédito.
Carvalho participou do seminário "Incubação de Empreendedores Afro-Brasileiros", feito pela
Ceabra (Coletivo de Empresários
e Empreendedores Afro-Brasileiros) na Câmara. Segundo ele, Lula
lembrou aos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica
Federal que o Pronaf (Programa
Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar) têm o menor índice de inadimplência.
Após o evento, Carvalho, um
dos principais assessores de Lula,
creditou as críticas a iniciativas
como o Prouni (Programa Universidade Para Todos) e ao projeto da Ancinav (Agência Nacional
do Cinema e do Audiovisual) à
quebra de privilégios e acusou a
imprensa de distorcer os fatos.
"Toda vez que o governo tenta
de alguma forma lidar com privilégios estabelecidos é natural que
haja algum tipo de reação. O que
não é adequado é o tipo de reação
que estamos assistindo. Alguns
veículos, a imprensa brasileira,
têm exagerado em uma crítica
que não apresenta a verdade dos
fatos, apresenta uma versão."
Carvalho questionou a cobertura da imprensa sobre o governo.
"Quando se tenta incutir a idéia
de que esse governo tem um viés
autoritário [...] é evidente que há
uma tendência a não permitir que
esse debate [reformas] ganhe amplidão na sociedade. Contra isso
temos que nos insurgir", afirmou.
Ele também defendeu a compra
do avião presidencial, que custou
US$ 56,7 milhões (cerca de R$
151,3 milhões). "Qualquer pessoa
que saiba matemática é só fazer a
conta. Em poucos anos esse avião
estará pago e com sobras, com
muito mais segurança e economia para o governo e para o país."
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