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Assessor usou meu nome para se
livrar, diz ex-funcionário da TIM
LEONARDO WERNER
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
O ex-funcionário da operadora
de telefonia celular TIM Maxitel
Mauro Alexandre Alves da Cruz,
citado no inquérito que apura os
grampos ilegais na Bahia, afirmou
ontem que seu nome foi incluído
de maneira indevida no processo.
Cruz foi citado no depoimento
que o assessor da Secretaria da Segurança baiana Alan Farias deu,
na última segunda-feira, à Polícia
Federal em Salvador. Farias declarou à PF que, entre agosto e setembro do ano passado, Cruz lhe
solicitou um ofício com data retroativa que justificasse um grampo instalado meses antes.
"O que não pode é um cara como o Alan, para se livrar, e tranquilamente instruído por um advogado, colocar meu nome no
meio disso", disse à Agência Folha, por telefone.
Cruz diz que trabalhou por três
anos na TIM, como analista de segurança corporativa, e que não
trabalhava mais na operadora no
período em que os ofícios foram
supostamente pedidos.
"Eu saí em junho, ou julho, não
me recordo. Os casos começaram
a ser divulgados há menos de um
mês", afirmou Cruz, que mora em
Belo Horizonte.
De acordo com Gesival Gomes
de Souza, o delegado da Polícia
Federal responsável pelo inquérito, Cruz teria sido demitido em
dezembro do ano passado, juntamente com outros dois funcionários supostamente envolvidos no
caso investigado.
O ex-funcionário da TIM afirmou que ficou sabendo que seu
nome havia sido envolvido no escândalo na noite de anteontem,
por meio de telejornais.
"Não consegui dormir direito.
Acordei e fui à TIM cobrar esclarecimentos. A empresa falou que
contrataria um advogado para me
defender", disse ele, que afirmou
ter sido orientado pela TIM a não
dar declarações sobre o caso.
Anteontem, a TIM informou
que a demissão de Cruz e dos outros funcionários da empresa não
tinha relação com o caso dos
grampos. O ex-funcionário diz
também que sua demissão da empresa não se relaciona com a divulgação dos casos dos grampos
telefônicos.
Depoimento
Cruz deverá ser chamado a depor à Polícia Federal na próxima
semana, após o Carnaval,quando
as investigações serão retomadas.
"Por mim, falaria agora. A PF
não tem que me tratar como foragido. Tenho endereço fixo. Vou
para onde eles quiserem e mostro
que todos os meus procedimentos foram legais", disse.
Alexandre Cruz disse ainda que
não era ele o responsável pela implantação das escutas.
"Minha área era a patrimonial.
Cuidava de áreas do interesse da
empresa. Quem implantava [as
escutas telefônicas" era outro funcionário, de outra área", afirmou
o ex-funcionário, que disse não se
recordar do nome de quem fazia o
serviço na TIM.
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