São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novo projeto deixa Folha mais fácil de ler

Mudanças gráficas estudadas há mais de seis meses estreiam em maio e devem tornar jornal mais acessível e agradável

Diante do caos informativo, reforma será instrumento para alcançar um produto mais sintético na forma e mais analítico no conteúdo

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Equipe de profissionais envolvidos na elaboração e desenvolvimento do novo projeto gráfico, coordenado pela designer Eliane Stephan, empé, do lado direito

DA REDAÇÃO

A Folha circulará com visual diferente a partir de maio. Está em fase final de ajustes uma reforma gráfica do jornal que tem entre seus objetivos apresentar um produto mais legível e agradável ao público.
As mudanças, que serão acompanhadas por novidades também no âmbito do conteúdo, estão sendo pensadas como um instrumento para caminhar rumo a um jornal que seja mais sintético na sua forma e mais analítico no seu conteúdo -mais ágil e mais necessário, mais leve e mais sofisticado.
Segundo Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, "ser mais legível, interessante e útil se tornou um imperativo" num ambiente marcado pela oferta cada vez maior e caótica de informações.
A equipe envolvida na reforma gráfica começou a trabalhar há seis meses, em setembro de 2009, sob a direção da designer Eliane Stephan. Ela conta com a colaboração do designer da Folha Jair de Oliveira e do coordenador editorial da reforma, jornalista Naief Haddad, além de outros 16 profissionais de arte subordinados ao editor da área, Fábio Marra.
Stephan foi responsável pela reforma realizada em 1996, quando a impressão do jornal passou a ser feita totalmente em cores. Ela destaca que o conforto na leitura e a legibilidade do jornal estão intimamente associados ao cuidado com a tipografia. "No Brasil, a Folha foi a grande precursora da onda de desenho de fontes para jornal e a primeira a usar typedesigners e novas tecnologias no início dos anos 90", diz.
Na reforma atual, o designer holandês Lucas de Groot está redesenhando a fonte de títulos criada por ele especialmente para a Folha em 96. A fonte de texto e uma terceira família tipográfica foram desenhadas pelos designers Erik Spiekermann, de Berlim, e Christian Schwartz, de Nova York.

História
Na reforma gráfica que realizou em 2000, o jornal pretendeu organizar de maneira mais nítida a hierarquia das notícias. Tratava-se de enfatizar visualmente o que é mais importante e o que é menos fundamental, o substantivo e o acessório.
O projeto foi elaborado pelo designer Vincenzo Scarpellini, que havia sido responsável pelo desenho do jornal "Il Manifesto" e lecionara em universidades de Roma. Scarpellini mudou-se para o Brasil em 1996. Morreu em 2006, aos 41 anos, vítima de câncer.
A consultoria do projeto gráfico de 2006 ficou a cargo do designer norte-americano de origem cubana Mario García, que redesenhou jornais como "The Wall Street Journal" (dos EUA), "Libération" (francês) e "Die Zeit" (alemão).
A elaboração do projeto foi coordenada pelo jornalista Melchiades Filho, atual diretor da Sucursal de Brasília.
A reforma buscava contemplar as mudanças nos hábitos de leitura, derivadas da expansão da internet e da multiplicação de ofertas de veículos e plataformas de informação.
O projeto atual incorpora aspectos das duas reformas anteriores e aponta para um jornal mais limpo, visualmente econômico, retilíneo, características marcantes da reforma conduzida por Stephan em 1996. Há também a preocupação de diminuir a diversidade entre os cadernos e em cada um deles, dando ao jornal um perfil mais homogêneo e unitário.


Texto Anterior: Lula mantém aprovação recorde, com 73% de ótimo/bom
Próximo Texto: Janio de Freitas: Cuba e seus amigos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.