|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo admite
que pretende
prorrogar CPMF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) disse ontem
abertamente, pela primeira
vez, que o governo pretende
propor a prorrogação da
CPMF com a atual alíquota de
0,38% -que, pela legislação
atual, cairá para 0,08% em
2004, último ano em que vigorará a contribuição.
"Não podemos, infelizmente,
propor uma redução de curto
prazo [da alíquota]", disse Palocci. A mudança da alíquota,
pelos cálculos da Fazenda, reduzirá a arrecadação anual do
tributo de R$ 20 bilhões para
R$ 4 bilhões.
Ainda que previsível, a proposta do governo para a CPMF
não vinha sendo tratada abertamente, pelo óbvio constrangimento político de defender
uma alíquota condenada pelo
PT no passado.
Nas exposições sobre a reforma tributária feitas a governadores, a prefeitos e ao CDES
(Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com 82
representantes da sociedade),
Palocci apresentou três alternativas para a CPMF: torná-la
permanente, substituí-la por
outro imposto ou promover
redução gradual da alíquota.
Era claro que a terceira alternativa -que consta do programa de governo de Lula- seria
a preferida da Fazenda. Nunca
foi discutida publicamente
uma alternativa à CPMF.
Palocci também se encarregou de descartar uma idéia levantada pelo deputado Virgílio
Guimarães (PT-MG), relator
da comissão da Câmara encarregada de debater a reforma
tributária, de elevar a CPMF a
0,5%. "O governo não tem nenhuma proposta de aumento
da CPMF", disse o ministro.
Resta agora definir como será
a "redução gradual" da CPMF.
No debate de ontem no Senado, Palocci só disse que o projeto do governo definirá uma alíquota máxima e uma mínima e
que o caminho rumo à mínima
levará em conta "possibilidades fiscais do país e necessidades de equilíbrio de contas".
As demais propostas de alteração no sistema de impostos
são conhecidas. Pretende-se
substituir as 27 legislações do
ICMS (uma em cada Estado e
no Distrito Federal) por uma
única, mudando o nome do tributo para IVA (Imposto sobre
Valor Agregado).
O objetivo, além de simplificar e desburocratizar a legislação, é impedir a guerra fiscal,
pela qual os Estados oferecem
incentivos para atrair investimentos de empresas. Será preciso resolver depois, porém, se
a cobrança do IVA será feita na
origem ou no destino do produto, o que divide os Estados.
Também se deseja substituir
a atual contribuição patronal à
Previdência, cobrada sobre a
folha de pagamento, por uma
contribuição sobre o valor
agregado (faturamento da empresa menos os custos de produção). Palocci, aparentemente, desistiu da idéia de criar
uma contribuição sobre o faturamento, proposta rejeitada
pelos empresários.
Por fim, o projeto prevê que a
Cofins deixe de incidir sobre o
faturamento e passe a ser cobrada sobre o valor agregado,
para evitar a cumulatividade.
Texto Anterior: Agenda suspensa: Senado ataca proposta tributária de Palocci Próximo Texto: Ministro contradiz Genoino e afirma que autonomia do BC não foi adiada Índice
|