São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Barba e cabelo

A oferta, feita por líderes da base aliada, para que calouros da Câmara adotem as "emendas órfãs" -como são chamados os recursos alocados no Orçamento de 2007 por deputados que não se reelegeram- prevê que os "pais adotivos" se comprometam a votar a favor de um pacote de propostas de interesse do governo, além do já consumado enterro da CPI do Apagão Aéreo. A lista inclui os projetos e medidas provisórias do PAC e a prorrogação da DRU e da CPMF.
Para tornar o negócio ainda mais atraente, os novatos, além de herdarem as emendas individuais dos não-reeleitos, terão direito a indicar prefeituras para receber recursos das chamadas "rachadinhas", emendas de bancada sem projeto definido.

Vai entender. O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, levou a Waldir Pires um parecer para que a procuradora jurídica Josefina Valle Pinha volte ao Senado, seu órgão de origem, pois venceu o prazo de seu "empréstimo" à empresa. O ministro da Defesa respondeu que é melhor não mexer com Josefina, "indicação política". O curioso é que ela é ligada a ACM, adversário histórico de Pires.

Oligarcas. O nome é Democratas, mas a composição da nova Executiva do antigo PFL indica que as dinastias continuarão a dominar o partido. Além do presidente, Rodrigo Maia, estão na cúpula outros descendentes de caciques, como os baianos ACM Neto e Fábio Souto, Efraim Filho (PB) e Felipe Maia (RN).

Sem chance. O coordenador do grupo de trabalho da Casa Civil para as agências reguladoras , Luiz Alberto dos Santos, diz que não há hipótese de prorrogação do contrato dos funcionários não-concursados desses órgãos. "Tiveram toda a chance do mundo para regularizar a situação."

Vai você. Arlindo Chinaglia (PT-SP) telefonou na segunda-feira para Renan Calheiros (PMDB-AL) sugerindo que o Senado tomasse a iniciativa de votar o aumento dos salários dos parlamentares, de Lula e dos ministros. Polidamente, o presidente do Senado respondeu ao colega da Câmara que esse não é um tema da pauta da Casa.

Sorry. O Legislativo chamou uma empresa de consultoria e encomendou uma fórmula que lhe permitisse mexer na LDO, retroativamente, de maneira a inviabilizar o contingenciamento de seus recursos determinado pelo Executivo. A resposta foi desalentadora: não há como fazer.

Pró-fone. Foi firmada em Minas a primeira PPP do país na área de telefonia. Com subsídio do governo estadual, três empresas levarão celular a áreas de baixo retorno financeiro que somam 450 municípios. A meta é chegar à cobertura total em 18 meses.

Bicudos. José Serra é presença confirmada no jantar que a bancada e a Executiva do PSDB oferecem hoje, em Brasília, para o candidato derrotado do partido à Presidência, Geraldo Alckmin.

Tapete vermelho 1. A vereadora paulistana Soninha deve trocar o PT pelo PPS. Para recebê-la, a sigla promete remover montanhas como Myriam Athiê e Oswaldo Estima, que iriam para o PDT.

Tapete vermelho 2. A situação de Soninha na bancada petista, que já era de isolamento, piorou depois de entrevista em que a vereadora declarou ter dúvidas sobre quem levaria seu voto num eventual novo confronto eleitoral entre Lula e Serra.

Visita à Folha. Antonio Carlos Valente, presidente do grupo Telefônica no Brasil, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Valter Brunner, diretor-geral de Comunicações e Relações Institucionais, e de Emanuel Neri, diretor de Relações com a Imprensa.

Tiroteio

"Mudou o nome, mas a alma será a mesma. Sugiro como mascote um dinossauro vestido com um terno do estilista Ricardo Almeida".
Do deputado federal DR. ROSINHA (PT-PR), sobre o PFL, que a partir de hoje passará a se chamar Democratas.

Contraponto

Intimidade

Dentro da programação da viagem de George Bush ao Brasil, no início do mês, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, teve um encontro de trabalho com a representante comercial dos EUA, Susan Schwab. Terminada a conversa, o chanceler brasileiro, acompanhado da visitante norte-americana, concedeu entrevista coletiva.
-Como pediu o presidente, nos reunimos a portas fechadas-, disse Amorim, numa brincadeira com a declaração de Lula sobre a necessidade de Brasil e EUA encontrarem "o ponto G" em suas negociações comerciais.
Em seguida, o chanceler ressalvou:
-Mas com muita gente presente....


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