São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2008

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Sem Serra e FHC, PSDB lança Alckmin

Nem ex-governador esteve em ato que lançou sua candidatura à prefeitura

Em palestra organizada pelo diretório tucano de SP, ex-presidente recebeu carta de políticos do DEM que pediam um só candidato

CATIA SEABRA
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dissonância no mundo tucano. Em tom beligerante -e sem a presença do homenageado- militantes do PSDB lançaram ontem a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo.
Num ato marcado por discursos inflamados contra os kassabistas, alckmistas conclamaram a militância a ir às ruas pela eleição de um "triste e traído" Alckmin. "Não vamos mais perder tempo convencendo filiado. Essa fase passou. Já estamos em campanha", afirmou o deputado federal Silvio Torres.
"Às vezes, ele se sente triste e traído porque as pessoas o tratam como ele não mereceria. Agora, está feliz", disse o deputado federal Júlio Semeghini.
Além de político, o distanciamento dos tucanos era ontem geográfico. No Morumbi, o governador José Serra participava do aniversário de 40 anos do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado. Alckmin fazia palestra em Ribeirão Preto.
Na região da Paulista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fazia palestra para 600 pessoas. Ele foi cercado por vereadores do DEM que entregaram uma carta pedindo que ele e Serra intervenham na busca de um só candidato. Para Walter Feldman, secretário municipal de Esportes, foi o "grande evento político" do dia.
No ato pró-alckmin, Feldman foi um dos mais atacados. Num salão no centro do São Paulo, com cerca de 400 simpatizantes de Alckmin - incluindo fiéis de paróquias da Zona Sul sem filiação partidária -, os kassabistas foram chamados de sacanas. O militante Fábio Fortes sugeriu que fossem submetidos ao conselho de ética. O candidato a vereador Luciano Gama chamou o prefeito Gilberto Kassab de escroto.
O encontro contou com a presença de dois vereadores, quatro deputados estaduais e três dos 18 federais. Um deles -Edson Aparecido- disse contar com a presença de Serra na campanha de Alckmin.
Secretário da Educação no governo Alckmin, Gabriel Chalita não descartou a saída de tucanos do governo Kassab e adesão à campanha. "À medida que você tem candidato no seu partido, ou sai do partido ou faz campanha para o candidato."


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