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Lula diz que pediu para Bush não "atrapalhar" crescimento do país
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em Recife, que
a influência da economia americana no mercado internacional é muito grande e que ligou
para o presidente dos EUA,
George W. Bush, e pediu para
ele não "atrapalhar" o Brasil.
"Se eles [EUA] crescem muito, a gente cresce um pouquinho. Se eles caem um pouquinho, nossa queda é enorme",
disse num fórum entre empresários brasileiros e mexicanos.
O presidente ainda divertiu a
platéia ao dizer que o presidente norte-americano deve ter ficado chateado com ele devido a
dois telefonemas feitos pelo
brasileiro recentemente.
"Eu liguei para ele e falei: "Ô
Bush, o problema é o seguinte,
meu filho: nós ficamos 26 anos
sem crescer. Agora que a gente
está crescendo, vocês vêm atrapalhar, pô? Resolve! Resolve a
tua crise!'", afirmou Lula, durante a abertura do fórum.
"Passei 30 anos da minha vida xingando Delfim [Netto, ex-ministro da Fazenda]. A bursite
que eu tenho foi de tanto carregar faixa contra o FMI [Fundo
Monetário Internacional]",
brincou o presidente.
Segundo Lula, hoje ele está
mais maduro politicamente.
Tanto que já pediu desculpas a
Delfim e negociou com o FMI.
Para ele, os EUA deveriam rever sua política, pois "quem você critica hoje pode ser seu amigo uma década depois".
Lula disse ter interesse em
firmar mais acordos de cooperação não só com o México,
mas também com outros países. "Tenho viajado muito. Este
ano acho que vou ao Vietnã e à
Indonésia. Precisamos assumir
compromissos maiores."
Ainda ontem, o presidente
participou da inauguração de
agência do Banco Azteca, no
bairro Água Fria, em Recife.
Segundo ele, não é habitual
que um presidente participe de
inauguração de uma agência
bancária, a não ser que seja pública. Mas ele ficou entusiasmado com a proposta de criar
uma nova cultura para diminuir a taxa de juros e aumentar
o consumo popular.
Enquanto falava sobre a crise
americana, Lula cutucou o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB). Segundo ele,
uma saída para resolver os problemas dos bancos norte-americanos seria a criação de um
Proer -programa de ajuda aos
bancos criado durante o governo do tucano.
(RB)
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