São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2008

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Lula diz que pediu para Bush não "atrapalhar" crescimento do país

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em Recife, que a influência da economia americana no mercado internacional é muito grande e que ligou para o presidente dos EUA, George W. Bush, e pediu para ele não "atrapalhar" o Brasil.
"Se eles [EUA] crescem muito, a gente cresce um pouquinho. Se eles caem um pouquinho, nossa queda é enorme", disse num fórum entre empresários brasileiros e mexicanos.
O presidente ainda divertiu a platéia ao dizer que o presidente norte-americano deve ter ficado chateado com ele devido a dois telefonemas feitos pelo brasileiro recentemente.
"Eu liguei para ele e falei: "Ô Bush, o problema é o seguinte, meu filho: nós ficamos 26 anos sem crescer. Agora que a gente está crescendo, vocês vêm atrapalhar, pô? Resolve! Resolve a tua crise!'", afirmou Lula, durante a abertura do fórum.
"Passei 30 anos da minha vida xingando Delfim [Netto, ex-ministro da Fazenda]. A bursite que eu tenho foi de tanto carregar faixa contra o FMI [Fundo Monetário Internacional]", brincou o presidente.
Segundo Lula, hoje ele está mais maduro politicamente. Tanto que já pediu desculpas a Delfim e negociou com o FMI. Para ele, os EUA deveriam rever sua política, pois "quem você critica hoje pode ser seu amigo uma década depois".
Lula disse ter interesse em firmar mais acordos de cooperação não só com o México, mas também com outros países. "Tenho viajado muito. Este ano acho que vou ao Vietnã e à Indonésia. Precisamos assumir compromissos maiores."
Ainda ontem, o presidente participou da inauguração de agência do Banco Azteca, no bairro Água Fria, em Recife.
Segundo ele, não é habitual que um presidente participe de inauguração de uma agência bancária, a não ser que seja pública. Mas ele ficou entusiasmado com a proposta de criar uma nova cultura para diminuir a taxa de juros e aumentar o consumo popular.
Enquanto falava sobre a crise americana, Lula cutucou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Segundo ele, uma saída para resolver os problemas dos bancos norte-americanos seria a criação de um Proer -programa de ajuda aos bancos criado durante o governo do tucano. (RB)


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