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PRIVATIZAÇÃO
Presidente declara que venda da CSN também foi contestada e reafirma que leilão da Vale será amanhã
FHC diz que crítica à venda da Vale é tosca
da enviada especial ao Rio
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
afirmou que
têm sentimento
"tosco" (rude,
grosseiro) os
que se opõem à
venda da Vale do Rio Doce e disse
que a batalha jurídica em torno da
privatização não vai adiar o leilão
marcado para amanhã.
FHC disse que a privatização da
Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN), no governo Itamar Franco,
passou por contestações semelhantes.
O presidente comentou a privatização da Vale no momento em
que uma manifestação contrária à
venda da estatal parou em frente
ao hotel Copacabana Palace, no
Rio, onde concedia entrevista.
FHC havia acabado de firmar
acordos com o presidente argentino, Carlos Menem.
``Essas pessoas têm um sentimento um pouco tosco e não entendem o significado do que está
sendo feito, que foi um ato democrático'', afirmou o presidente.
Para ele, está ocorrendo uma
``batalha política'' na Justiça para
impedir o leilão. ``Sempre foi assim. Foi assim com a CSN, até mais
agressivo. Mas não se vai mudar a
data do leilão.'' Segundo FHC, o
fato de o país ter origem ibérica facilita a disseminação da idéia de
que o ``mundo parece vir abaixo'':
``Não vem abaixo''.
Salário mínimo
FHC declarou ontem que ninguém pode estar contente com seu
salário -nem ele próprio. Mas argumentou que o aumento do salário mínimo para R$ 120, em maio,
significa ganho de 85% em relação
ao valor pago no início do Plano
Real, em junho de 1994.
``Quem pode estar contente com
o salário? Ninguém'', declarou.
``Você (disse a uma jornalista) está contente com o seu salário? Eu
duvido. Salário é assim: quanto
mais, melhor. Agora, eu não vou
nem falar do meu.'' O presidente
recebe R$ 8.500.
Segundo FHC, são equivocados
os cálculos que apontam a redução
do salário mínimo em relação a
seu valor na década de 40. ``Em
1940 eu tinha nove anos, o salário
mínimo era maior, mas não era
nada maravilhoso no país.''
Ele disse que, no início do Real, o
salário mínimo era de R$ 65: ``Como sou um homem responsável,
disse que iria dobrar o valor do salário mínimo em quatro anos''.
``Hoje estamos com US$ 120 em
abril de 1997. Quando chegarmos a
dezembro de 1998, farei o possível
para cumprir o que eu havia dito.''
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