São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2004 |
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TODA MÍDIA Decisão histórica
NELSON DE SÁ
Anteontem, a Rede TV! apresentava imagens de longas pornográficos brasileiros e desfilava mulheres, ainda em horário nobre, num suposto concurso para encontrar a "atriz" que estrelaria um novo filme (acima). Jornais como "New York Times" e vários da Califórnia, como o "Union-Tribune" de San Diego, vêm publicando reportagens sobre a pornografia no Brasil -de início por conta da suspeita de que um ator pornô americano teria contraído Aids numa filmagem brasileira e, ao voltar, teria provocado o colapso da indústria nos EUA. Mas não é mais só pela suspeita. Os cineastas pornôs americanos, "cheios de dólares", estariam vindo ao Brasil atrás das "mulheres exóticas e desinibidas" e dos "custos baixos de produção". Em meio ao debate eleitoral sobre "exportação de empregos" americanos para outros países, o Brasil se transformou num concorrente, como sublinha um título de despacho da Associated Press: - Acrescente as estrelas pornôs à lista dos empregos americanos exportados. O editor de uma revista da "indústria do cinema adulto" chegou a dizer que "o Brasil é o lugar para se mudar, hoje". A razão é a mais racional possível: - O custo de uma atriz pornô brasileira é de cerca de US$ 175 por cena, apenas uma fração do que esse talento custa na área de Los Angeles. A vez da Índia Jornais indianos repercutiram amplamente a decisão da OMC contra os subsídios americanos ao algodão. O país é o terceiro maior exportador do mundo, atrás de EUA e China. Mas não se restringem a isso as notícias sobre o Brasil por lá. No domingo, lia-se em vários jornais uma reportagem sobre o enfrentamento conjunto que Brasil e Índia fazem ao subsídio americano ao camarão. Agenda global Ontem, no indiano "Financial Express", em longa entrevista de um economista local doutorado em Cambridge, lia-se a seguinte opinião, entre outras: - A união de Índia, Brasil e África do Sul trouxe de volta à agenda global a preocupação com o desenvolvimento. Bate-estaca Dia após dia, no estatal "Diário do Povo" ou na estatal agência Xinhua, um despacho conclama à aproximação de Brasil e China. Ontem foi a vez do ministro Luiz Fernando Furlan, que sublinhou aos chineses a importância do comércio bilateral. G20 contra G7 Em meio às repercussões da vitória comercial do Brasil sobre os EUA, a Reuters deu que um ex-diretor do Banco Mundial, num estudo para o instituto Brookings de Washington, pede a troca do G7 (dos países ricos) pelo G20 (dos países ricos, mais aqueles em desenvolvimento) como a "autoridade maior na economia global". Entre os novos sócios, China, Brasil, Índia e Rússia. Ele diz, ela diz Carlos Alberto Sardenberg e Míriam Leitão bateram cabeça, na CBN, ao opinar sobre a alta no desemprego. Ele dizia que era próprio do mês, ela entrou depois opinando que já era hora de ter caído. Metodologia Opinião de Cláudia Safatle, do "Valor", na Globo News: - Tem uma questão que a gente precisa começar a pensar. O IBGE só calcula desemprego nas regiões metropolitanas. Se olhar o resto do país, há cidades com pleno emprego. Para ela, os critérios podem distorcer a ação estatal. Texto Anterior: Proteção a indígena é exagerada, diz BNDES Próximo Texto: Caso CC5: Pitta se recusa a jurar dizer a verdade em CPI Índice |
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