NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Era para não acontecer nada, ontem.
Sumiram com o presidente da CPI dos Bancos e puseram um tucano no lugar. Da manchete da Record:
- O senador Bello Parga se afasta da CPI e vai fazer exames.
Na transmissão ao vivo da sessão, o tucano de cara jogou senadores mais exaltados, como Pedro Simon, que tentou reagir sem sucesso, para falar só de madrugada.
E entrou o relator a perguntar. Foram horas de questões contábeis, a ponto de levar um líder de oposição a entrar em discussão aberta com o interventor tucano.
Era para não acontecer nada, como se vê.
Mas o acaso atrapalhou FHC uma vez mais. Na locução da Globo News:
- O dono do banco Marka passava numa rua do centro do Rio, perto do Ministério Público, quando foi notado pelos jornalistas.
Na sequência, como que narrando as cenas:
- Irritado, Salvatore Cacciola deu um tapa na câmera do repórter cinematográfico da Rede Globo. Também xingou os jornalistas que tentavam uma entrevista. E agrediu um segundo repórter, da Folha de S. Paulo.
O banqueiro entrou num táxi para "se livrar da perseguição", mas o congestionamento não deixou. E ele ficou ali, preso, ouvindo um homem gritar ao lado do carro, rindo:
- Cadê o dinheiro? Os meus dólares!
Uma mulher foi além:
- Pega ladrão!
Deviam desistir de abafar a CPI. Pelo menos por enquanto, não têm como.

A guerra santa retorna em meio à disputa de audiência de Record, SBT e Globo.
Sábado, a primeira levou um convidado a atacar o padre Marcelo Rossi num programa de auditório, falando em "festa do demônio" e "orgia".

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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