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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Presidente afirma que não há risco de retrocesso político
Candidatos "se distanciam de posições radicais", diz FHC
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que
todos os pré-candidatos à sua sucessão, "em maior ou menor
grau, olham o futuro com confiança e se distanciam de posições
radicais". Segundo ele, não há a
mais remota possibilidade de alguém que venha com propostas
de "retrocesso político".
FHC discursou ontem em Brasília na cerimônia de lançamento
do livro "Presidentes do Brasil
-De Deodoro a FHC", organizado
pelo professor Fábio Koifman, da
Universidade Estácio de Sá (936
páginas, Editora Rio).
O livro diz que FHC "tem fama
de agradar às mulheres", embora
não tenha nenhuma característica
física especial que justifique isso.
"Se não há explicação estética para isso, a explicação deve estar em
outra esfera", arrisca o livro, citando uma inteligência brilhante
aliada a uma cordialidade inquebrantável.
O sedutor
Segundo os autores, FHC possui
uma notória capacidade de sedução. "Embora os efeitos nuns e
noutros possam ser diferentes, o
encanto de FHC tanto se exerce
em homens quanto em mulheres
que tenham contato pessoal com
ele", diz o livro.
Depois de afirmar que a vaidade
é o principal pecado que o presidente reconhece em si mesmo, o
livro aponta outros: comilão e sovina. Diz que o presidente gosta
de buchada de bode, prato que lhe
foi apresentado na campanha
eleitoral de 94, em Caruaru (PE).
O livro lembra alguns "descuidos" da carreira política de FHC,
como ter admitido que experimentou maconha, não ter respondido se acreditava em Deus e
ter se sentado na cadeira do prefeito de São Paulo -tudo isso durante a campanha para prefeito de
São Paulo em 85, eleição que perdeu para Jânio Quadros.
Ao lançar o livro, o presidente
disse que lhe agradou o tom coloquial e as "referências à dimensão
humana" dos presidentes. Para
ele, as informações são apresentadas com muita leveza e com um
certo humor.
"Devo dizer que é sempre um
pouco incômodo para quem ainda é presidente ver-se na história.
Ainda não terminou", disse ele.
"Mas ao mesmo tempo é motivador, porque leva à sensação de cidadania, porque é muito útil para
quem exerce funções públicas
não imaginar que é estátua. É preciso que as pessoas se deixem expor, é do espírito da democracia."
Biografias de presidentes
O livro traz as biografias dos 36
presidentes e dos membros das
duas juntas que governaram o
país em 113 anos de história republicana -incluindo Tancredo
Neves, que morreu em 85 antes de
tomar posse.
Segundo o livro, dez presidentes
não completaram o mandato, sete
vice-presidentes assumiram o
cargo no impedimento do titular
e dois presidentes se recusaram a
passar a faixa presidencial a seus
sucessores.
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