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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Ministro diz que há um "pânico instalado"
Uso do capital como "arma" eleitoral é terrorismo, diz presidente do STJ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Nilson
Naves, criticou o uso do capital
"como arma" para tentar reduzir
chances de vitória de um candidato e classificou a prática como forma de terrorismo político.
Naves disse ontem que o noticiário recente dos jornais revelou
"uma nova faceta de ameaça terrorista, a que utiliza o capital como arma". Ele disse que há "pânico instalado por intermédio da
ameaça de fuga do capital no mercado para reverter tendência eleitoral considerada adversa".
O ministro fez essas afirmações
na abertura do seminário "Terrorismo e Violência, Segurança do
Estado, Direitos e Liberdades Individuais", no STJ. Ele negou que
estivesse comentando o processo
eleitoral, mas disse que esse tipo
de terrorismo "é incompatível
com a soberania das nações".
"É preciso rechaçar práticas de
intimidação, venham de onde
vierem. Mais ainda quando declaradamente visam ao lucro de
poucos e pretendem atropelar a
legítima expressão da vontade
dos cidadãos", afirmou ele.
Naves disse que "a violência usa
instrumentos diversos de coerção, mas todos têm, na base, o
mesmo desprezo pelos meios legítimos de promover a mudança
ou a manutenção da conjuntura
socioeconômica".
Na semana passada, o presidente Fernando Henrique Cardoso
disse que o Brasil pode virar uma
Argentina se os próximos governantes forem incompetentes.
Dois dias depois, o presidente da
CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil), d. Jayme Henrique Chemello, disse que "os políticos estão usando o medo das
pessoas, como a situação da Argentina e a violência, para conseguir apoio e ganhar as eleições".
O presidente do STJ citou afirmação do professor da Universidade de Turim Luigi Bonanate:
"Diante de duas partes que não se
comunicam ou que se recusam a
se reconhecer como interlocutores, parece não haver outra solução além do choque produzido
por uma ação terrorista".
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