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PERFIL
Amazonas liderou comunistas de dois partidos
DA REDAÇÃO
João Amazonas foi um dos
principais dirigentes do PCB entre 1943 a 1957 e presidiu o PC do
B desde a organização do partido,
em 1962, até dezembro do ano
passado, quando passou a ser presidente de honra da legenda.
João Amazonas de Sousa Pedroso nasceu em Belém em 1º de
janeiro de 1912. Começou sua carreira política aos 18 anos, apoiando a Revolução de 1930, que levou
Getúlio Vargas ao poder.
Ingressou no PCB (então Partido Comunista do Brasil) em 1935,
sendo logo promovido ao comitê
estadual do partido. Tornou-se
um dos dirigentes da ANL (Aliança Nacional Libertadora) no Pará,
uma frente anti-fascista que promoveu em novembro a chamada
Intentona Comunista. A insurreição foi rapidamente sufocada pelo governo. Amazonas ficou preso
dois meses, mas acabou libertado.
Amazonas dedicou-se então ao
trabalho sindical no Pará. Após a
instauração do Estado Novo, em
1937, Amazonas foi condenado
pelo Tribunal de Segurança Nacional. Em 1941, conseguiu fugir
da prisão, refugiando-se no Rio.
Em agosto de 1943, participou
da reestruturação do PCB, passando a integrar o Comitê Central
do partido. Em 1945, com a redemocratização e a legalização do
PCB, ele foi eleito deputado federal pelo Distrito Federal.
Em maio de 1947, o registro do
PCB foi cassado e, em janeiro de
1948, os parlamentares comunistas perderam o mandato. Apesar
disso, Amazonas se fortaleceu e,
em 1950, já era um dos três principais dirigentes do partido.
A divulgação do relatório sobre
os crimes de Josef Stálin no 20º
Congresso do PCUS, em 1956,
provocou uma crise no PCB. Os
dirigentes mais identificados com
o stalinismo (Amazonas, Diógenes Arruda e Mauricio Grabois)
foram excluídos da Executiva em
1957 e do Comitê Central no congresso em agosto de 1960, quando
o partido mudou o nome para
Partido Comunista Brasileiro.
Em fevereiro de 1962, Amazonas, Grabois e Pedro Pomar promoveram uma conferência para
reorganizar o Partido Comunista
do Brasil, alinhado à China.
Em 1966, o partido decidiu promover uma guerrilha no campo
para combater o regime militar e
começou a deslocar militantes para o Araguaia. O próprio Amazonas participou da fase de preparação. A guerrilha foi aniquilada pelo Exército entre 1972 a 1974.
Em 1976, o PC do B rompeu
com a China e estreitou suas relações com a Albânia. Amazonas foi
para o exílio, voltando ao Brasil
com a anistia, em 1979. O PC do B
passou a priorizar a luta parlamentar, elegendo quatro deputados federais pela PMDB em 1982.
Em 1985, o partido apoiou Tancredo Neves para presidente, e
obteve a legalização em julho.
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